O futuro é do LED

Tecnologia permite iluminar mais com menos consumo de energia, sem metais pesados e com boa durabilidade e eficiência.Três letras que se repetem com frequência e prometem revolucionar os conceitos tradicionais de iluminação: LED. Em inglês, a sigla representa as palavras Light Emitting Diode, que, em português, viraram diodo emissor de luz, um material capaz de emitir luz com a passagem de corrente elétrica.

Inicialmente usados apenas como sinalizadores, as aplicações do produto têm crescido. A tecnologia permite iluminar com baixo consumo energético, sem metais pesados como o mercúrio na sua composição e com boa durabilidade e eficiência.

As placas de LED ganham eficiência, já que a luz é projetada diretamente para onde há necessidade de iluminação. Isso faz com que a estrutura metálica que a envolve não esquente, aproveitando até 90% da luz gerada. O número é alto perto dos modelos incandescentes, que podem dispersar até 50% da iluminação produzida, quando não tem uma luminária como apoio. O custo ainda é elevado, mas a evolução da tecnologia faz modelos novos chegarem com força ao mercado.

É o caso das lâmpadas públicas da empresa Riwa, lançadas em fevereiro, que vão além do conceito já difundido de LED. Com o uso da nanotecnologia, o empresário e aluno de engenharia mecatrônica Luciano Linck Andretta desenvolveu uma lâmpada capaz de iluminar uma área de até 32 metros de diâmetro a partir de uma pequena pastilha de nanoleds que tem tamanho semelhante ao de um chip de celular.

O preço inicial do produto é alto, mas as vantagens a longo prazo também são. Comparado com as lâmpadas de vapor de sódio, comuns na iluminação pública, o modelo da Riwa custa mais do que o dobro, enquanto garante consumir menos da metade da energia.

Quando se fala em eficiência, o LED também é promissor. Sua durabilidade varia entre 30 mil e 50 mil horas de uso, de acordo com os fabricantes. No entanto, o engenheiro e coordenador do Grupo de Eficiência Energética da PUCRS, Odilon Francisco Duarte, diz que a disseminação de laudos técnicos que confirmem a vida útil das lâmpadas de LED é um caminho que deve ser perseguido.

O modelo desenvolvido dentro da Incubadora Multissetorial de Base Tecnológica e Inovação Raiar da PUCRS é patenteado e está sendo testado por companhias de energia de 10 Estados brasileiros, incluindo Santa Catarina e Paraná. A estrutura da lâmpada é feita de alumínio e, assim, pesa apenas dois quilos.

A empresa Verde Luz é outro exemplo que impulsiona um mercado que só tende a crescer. Os modelos disponíveis também são recicláveis, com alta eficiência energética, mesmo sem o uso da nanotecnologia. Entre os clientes que já testaram a tecnologia da Verde Luz estão empresas como Nestlé e os shoppings Iguatemi de Campinas (SP) e Fortaleza (CE).

Duarte reforça que as aplicações do LED crescem a cada dia, chegando a monitores de televisão e semáforos. Com o aumento da concorrência e a redução do preço dos produtos, a tecnologia caminha para dominar o mercado de iluminação.

– Daqui a 10 anos, deveremos ter apenas lâmpadas de LED– acredita.

Autor: Zero Hora