Custo da energia é maior empecilho para o crescimento

O alto custo da energia é o principal problema para o desenvolvimento da indústria no Brasil. Estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgado nesta quinta-feira (20) mostra que o empecilho é justamente a carga tributária da energia.

Para o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, a carga tributária compromete todo o setor justamente quando há a necessidade de crescimento. Ele atribui isso ao “custo Brasil” – os problemas de altos impostos, burocracia e de infraestrutura que afastam os investimentos dos empresários.

– O custo da energia compromete a competitividade do produto nacional. Ele cresce nos últimos oito anos de maneira extraordinária e nos coloca fora do padrão [industrial] dos países emergentes e até alguns desenvolvidos porque no Brasil nós tributamos fortemente a energia.

Ele questiona como o país pode aumentar a competitividade se tem desvantagem em insumo básico, que é a energia.

Em documento publicado nesta quinta, a CNI diz que a carga tributária saltou de 25,7% do PIB (Produto interno Bruto, a soma das riquezas produzidas no país), em 1993, para 35,8%, em 2008.

– O sistema tributário acarreta muitos prejuízos à atividade econômica, como elevação do custo e desestímulo aos investimentos produtivos. Duas sugestões nessa área são unificar os tributos sobre circulação de mercadorias e serviços e reduzir os tributos sobre a folha de pagamentos.

O setor industrial reivindica ainda ajustes na política econômica, com redução das taxas de juros e aumento de investimentos públicos. De acordo com a CNI, para que o país consiga manter a taxa de crescimento do PIB (produto interno bruto, ou somada das riquezas produzidas no país) acima de 5,5% ao ano precisa ter investimentos de 22% do PIB até 2014.

Em 2009, a taxa de investimentos chegou a 16,7% do PIB.

As questões da energia e da carga tributária estão no documento A Indústria e o Brasil – Uma Agenda Para Crescer Mais e Melhor apresentado em Brasília e que será entregue aos pré-candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV).

Autor: R7 Notícias