Cinco estudantes brasileiros que chegaram neste fim de semana dos Estados Unidos receberam uma homenagem nada convencional: seus nomes serão usados para batizar asteroides descobertos pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o famoso MIT. Eles ocuparam primeiras colocações na Feira Internacional de Ciências e Engenharia (Isef, na sigla em inglês), promovida pela Intel em San Jose, na Califórnia.
Tamara Gedankien e Alejandro Mariano Scaffa, de 17 anos, Lucas Strasburg Ferreira e Eduardo Trierweiler Boff, de 18, e William Lopes, de 20, foram alguns dos representantes do Brasil no evento, que é a maior competição científica pré-universitária do mundo. Ao todo, a delegação brasileira recebeu 19 prêmios – foi a melhor participação do País na história da Isef. Neste ano, participaram da feira 1.611 jovens cientistas de 59 países, regiões e territórios.
Acúmulo de prêmios
Tamara foi a estrela do Brasil na Isef 2010. Ela ficou em primeiro lugar na categoria Comportamento e Ciências Sociais com um estudo de caso sobre os efeitos da contextualização sociocultural no aprendizado de matemática. Além de ter seu nome circulando pelo espaço, a jovem recebeu prêmio de US$ 8 mil e também ganhou uma bolsa de estudos no valor de US$ 15 mil por ano para estudar Psicologia em uma universidade no estado de Illinois, nos EUA.
“Quero ir pra lá. Acredito que a infraestrutura é melhor para desenvolver pesquisas”, disse Tamara ao Estadão.edu. Ela terminou o ensino médio no ano passado, na Escola Brasileira Israelita Chaim Nachman Bialik, na zona oeste de São Paulo. A jovem usou elementos da tradição judaica para desenvolver seu trabalho e inclusive usou como “cobaias” os alunos do 5º e do 9º ano do ensino fundamental. Atualmente, estuda num cursinho preparatório para vestibular.
Sobre o prêmio do MIT, ela responde rápido e com franqueza: “Nem sei o que vou fazer com isso, mas é muito legal. Eles devem dar algum certificado, né?” O que deixa a estudante empolgada, mesmo, é a perspectiva de “se aventurar” pelos EUA. “O nível dos competidores de outros países é incrível, principalmente dos americanos. Eles têm diversidade e qualidade muito grandes.”
O estudante paulista Alejandro Mariano Scaffa também conquistou a primeira colocação, na categoria Bioquímica. Ele desenvolveu um trabalho sobre como melhorar a produção de etanol por meio da esterilização da cana-de-açúcar por micro-ondas. Pela pesquisa, o jovem recebeu prêmio de US$ 8 mil.
Segundos lugares
William Lopes, da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo (RS), foi o segundo colocado em Microbiologia com o projeto de utilização do fungo Aspergillus niger no tratamento de efluentes. O estudante recebeu US$ 1,5 mil pelo trabalho, que analisa o processo tecnológico que utiliza organismos na remoção de poluentes.
Na categoria de trabalhos em grupo, os também gaúchos de Novo Hamburgo (RS) Lucas Strasburg Ferreira e Eduardo Trierweiler Boff foram premiados com US$ 1,5 mil pelo segundo lugar. O projeto deles, batizado de Reevofoot, prevê a construção de uma prótese de pé mecânico com materiais alternativos e baixo custo, para pessoas que sofreram amputação de membros inferiores.
Autor: Estadão.com.br