50 anos de laser

O venerável laser fez 50 anos este domingo. Sua demonstração inaugural no Hughes Research Labs levou a muitas coisas, da descoberta de buracos negros, códigos de barras a DVDs, mas os cientistas prometem que há muito mais a se descobrir.

De fato, parece haver muito trabalho ainda a ser feito pelo laser: explorar o espaço, o funcionamento do corpo humano e do DNA. 

Há trabalho a ser feito, por exemplo, no que se trata de energia. Desde a época que a Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de Radiação foi demonstrada pela primeira vez em 16 de maio de 1960 (e a patente concedida em março de 1960) falava-se sobre fusão e como esta tecnologia poderia levar a um estoque quase inexaurível de energia limpa. Mesmo assim, só hoje os cientistas podem testar estas teorias.

E eles vão testar mesmo. Nos EUA, por exemplo, a National Ignition Facility está pronta para recriar um Sol em miniatura, usando 192 feixes de laser e uma pastilha de hidrogênio combustível. Se tudo correr de acordo com os planos, os lasers vão fundir o hidrogênio para fazer hélio. Isso vai criar uma quantidade enorme de energia, assim como o Sol faz a cada segundo em seu núcleo, o que seria uma boa notícia e nos daria esperança de usar melhores fontes de energia, dado que fontes como o petróleo não são exatamente amigáveis ao meio ambiente 

A medicina também pode ganhar uma dose salutar de pew pew no futuro próximo, especialmente a oncologia.

Os “ciber-bisturis” e tratamentos por radiação já são a norma, mas a Dra. Kate Lancaster, da Central Laser Facility no Reino Unido, acredita que poderemos calibrar os lasers para serem ainda mais eficientes dentro do corpo humano:

Por enquanto, da forma como tratamos câncer com radiação, os fótons viajam no corpo e depositam energia no tecido saudável e também na região com câncer. Por sua vez, quando prótons e íons viajam no corpo, eles depositam a maior parte da sua energia apenas no final do alcance deles. Então podemos usar lasers para calibrar os prótons para depositarem sua energia bem dentro da região com o tumor.

E também há o tempo. Attosegundos – um quintilhonésimo de segundo, para ser mais preciso – que é a medida de tempo quase incompreensível que usaríamos para ver a matéria se movendo em escala atômica. Os lasers nos levarão até lá.

Autor: BBC e GizModo