Funil gigante vai tentar conter vazamento de petróleo

A petroleira britânica British Petroleum (BP) está construindo uma estrutura metálica gigante com a forma de um funil para tentar recolher o petróleo que está vazando de uma plataforma que afundou na costa sul dos Estados Unidos, gerando uma grande mancha de petróleo no Golfo do México. 

O funil consiste em uma estrutura de 12 metros de altura, pesando 98 toneladas. Ele será colocado sobre o vazamento, a 1.500 metros de profundidade. Cálculos indicam que ele será capaz de recolher 85% do petróleo que continua vazando depois que as válvulas automáticas de fechamento do poço falharam. [Imagem: BBC]

Funil para recolher petróleo

O funil, de 98 toneladas, está sendo construído em terra firme por 25 operários, e a previsão é de que fique pronto na quarta-feira e seja levado para o local do vazamento até o final da semana.

O plano é que o funil canalize o petróleo, por meio de um cano, do fundo do mar até a superfície, onde o óleo será coletado por um barco.

Teoricamente o sistema deve coletar 85% do petróleo, mas a BP nunca enviou uma estrutura como esta a profundidade tão grande, cerca de 1,5 mil metros.

De acordo com a agência de notícias Reuters, o engenheiro marinho Jason Holvey informou que estruturas parecidas foram usadas na região do Golfo do México, mas em águas mais rasas.

Os funis foram usados, por exemplo, depois da passagem do furacão Katrina, para canalizar o petróleo que tinha vazado de plataformas danificadas pelo furacão.

Explosão da plataforma

Milhares de barris de petróleo estão vazando para o Golfo do México desde que a plataforma Deepwater Horizon afundou.

A plataforma, que pertence à empresa suíça Transocean e estava sendo operada pela British Petroleum, explodiu no dia 20 de abril e afundou na quinta-feira seguinte, depois de ficar dois dias em chamas.

Parte do petróleo já atingiu a costa da Louisiana, mas as autoridades afirmam que a maior parte da mancha está a alguns quilômetros do continente.

A localização precisa do vazamento é conhecida, mas, mesmo assim, o trabalho enfrenta vários desafios técnicos.

Responsabilidade

O governo dos Estados Unidos está pressionando a BP para que tome medidas rápidas para conter o vazamento.

Em entrevista à BBC, o diretor-executivo da petroleira, Tony Hayward, rejeitou as alegações de conflitos entre a BP e as autoridades americanas, acrescentando que há uma “relação cooperativa incrível” estabelecida com as autoridades federais americanas.

No entanto, o vazamento já está tendo um efeito devastador na indústria pesqueira da região. Autoridades temem um dano ambiental ainda maior caso a mancha chegue com mais força à costa.

Especialistas afirmam que o custo da limpeza poderá ficar em bilhões de dólares. A BP, por sua vez, afirmou que vai atender aos pedidos legítimos de indenizações das pessoas afetadas pelo vazamento.

A companhia informou que já está gastando mais de US$ 6 milhões por dia na operação de limpeza. As ações da BP já registraram queda de 15% desde a explosão da plataforma. 

Derramamento de petróleo é visto do espaço

Estas imagens do satélite Envisat, da Agência Espacial Europeia (ESA), mostram o petróleo que está sendo derramado no Golfo do México, depois da explosão, e afundamento, de uma plataforma petrolífera, ao largo da costa da Louisiana e do Mississipi, Estados Unidos, no dia 22 de Abril. 

A mancha de petróleo é visível na imagem de radar em preto e branco como uma mancha cinzento escura, embaixo à direita.[Imagem: ESA]

Depois do afundamento da plataforma, os dutos de exploração do petróleo continuam abertos e jorrando no mar. Os esforços para seu fechamento ainda não deram os resultados esperados.

Os relatórios oficiais indicam que escapam por dia o equivalente a mil barris de óleo, na área de perfuração a 1,5 Km de profundidade. Segunda-feira à tarde, o derrame cobria uma área de 77 Km de comprimento e 63 de largura. 

Na imagem feita no espectro visível, a mancha de petróleo aparece na cor branca. [Imagem: ESA]

Autor: BBC e site Inovação Tecnológica