Quip começa obras da P-63 em janeiro

Responsável pela implantação da primeira plataforma de petróleo em Rio Grande, a P-53, o Consórcio Quip (formado pelas empresas Queiroz Galvão, UTC Engenharia, Camargo Corrêa, IESA e PJMR) organiza a montagem da P-63 no mesmo município. A construção do complexo deverá começar no primeiro bimestre de 2011. A expectativa é de que a ação gere em média 1,8 mil vagas de trabalho diretas, com pico de 4 mil e 7,5 mil empregos indiretos durante o período de construção da estrutura.

No momento, a Quip faz a preparação dos canteiros de obras, os trabalhos de engenharia e a compra de equipamentos e materiais. A companhia deverá investir mais R$ 45 milhões em suas instalações em Rio Grande para realizar a nova plataforma. A assinatura do contrato da P-63, que será executado através da joint venture formada entre os grupos Quip e BW Offshore, foi feita no final de janeiro. O prazo de entrega do empreendimento, encomendado pela Petrobras e que terá um custo de US$ 1,3 bilhão, é de 35 meses.

O diretor de suporte corporativo do Consórcio Quip, Marcos Reis, salienta que esse projeto possui um diferencial. Ele explica que, até agora, todos os contratos de plataformas no Brasil previam apenas a construção e a entrega para a Petrobras. O acordo da P-63 prevê a implantação e uma operação por 30 meses antes de ser repassada para a Petrobras. Quem será responsável pela estrutura até lá será uma empresa que compõe o grupo Quip, a Queiroz Galvão Óleo e Gás, e a BW Offshore. Reis argumenta que um dos motivos dessa decisão é a garantia de performance do equipamento e de sua operacionalidade.

A P-63 será uma plataforma do tipo FPSO (Floating Production Storage and Offloading) e terá capacidade para processar 140 mil barris por dia de petróleo e 1 milhão de metros cúbicos diários de gás natural. A unidade gerará 98 MWh de energia e armazenará até 1,4 milhão de barris de petróleo.

Depois de concluída essa iniciativa, Reis revela que a Quip planeja ampliar ainda mais suas instalações em Rio Grande. O investimento previsto nessa nova expansão é de cerca de R$ 125 milhões, mas, para isso se concretizar, o grupo ainda precisa garantir outros contratos em licitações realizadas pela Petrobras. Entre os possíveis negócios estão a implantação das plataformas P-58 e P-62. Reis relata que os processos licitatórios da P-58 e da P-62 deverão ser concluídos até o final do ano.

A expansão da Quip, segundo Reis, constituiria um dos maiores estaleiros das Américas, com capacidade para operar com três a quatro obras de plataformas simultaneamente. Esse complexo poderá gerar até seis mil postos de trabalho diretos e 18 mil indiretos.

P-55 deve gerar R$ 100 milhões em negócios no Rio Grande do Sul 

Além da P-63, a Quip já está construindo, no dique seco de Rio Grande, a plataforma P-55, cujo custo será de US$ 876 milhões. Com essa iniciativa são gerados em média 1,5 mil empregos diretos, com pico de 3,5 mil homens e 5 mil indiretos. O diretor de suporte corporativo do Consórcio Quip, Marcos Reis, estima que a realização da plataforma desencadeará cerca de R$ 100 milhões em negócios no Rio Grande do Sul, através da aquisição de materiais e outras demandas.

A operação da P-55 deverá ocorrer até o final de 2012. A estrutura terá capacidade para trabalhar com 180 mil barris de petróleo por dia e 4 milhões de metros cúbicos de gás natural diários. Na tarde de ontem, a governadora Yeda Crusius, juntamente com políticos e dirigentes da Quip, acompanhou, no Auditório da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), em Porto Alegre, a apresentação dos planos de investimentos no polo naval de Rio Grande. Yeda destacou a importância do porto gaúcho na atração de novos empreendimentos para o Estado.

Na ocasião também foram apresentados os resultados da já concluída P-53, que teve custo total de US$ 1,5 bilhão e gerou aproximadamente 1,4 mil empregos diretos, com um pico de 4 mil homens, e 6 mil indiretos. A plataforma fomentou R$ 121 milhões em negócios no Estado. “Temos orgulho de ser pioneiros e contribuir para a consolidação do polo naval gaúcho”, enfatizou Reis em sua apresentação. “É realmente olhar o Rio Grande para o futuro e para sua vocação cada vez mais consolidada”, acrescentou a governadora.

Autor: Jornal do Comércio