Regiões montanhosas e reservas florestais poderão captar a luz solar e transformá-la em energia. Um projeto desenvolvido na Faculdade de Engenharia, FEB, da Universidade Estadual de São Paulo, Unesp, câmpus de Bauru, criou um sistema que modificou a estrutura mecânica que segura os painéis fotovoltaicos, que são as placas que captam os raios solares.
O sistema permite a movimentação do dispositivo, com maior aproveitamento da incidência de luz. A geração de eletricidade pode aumentar em até 53%. “O projeto propõe que as placas que retêm a radiação se movimentem para aproveitar o máximo de luz solar diária”, disse o autor do estudo, professor da FEB, Alceu Ferreira Alves.
Os geradores solares tradicionais apresentam suportes fixos para os painéis fotovoltaicos. No sistema criado na FEB a rotação da Terra é calculada previamente e acionada por um microcontrolador, que orienta a movimentação do aparelho na direção do sol. Para realizar o movimento são acionados dois motores independentes, que promovem a movimentação das placas, utilizando apenas 0,095% da eletricidade gerada.
Outros sistemas trabalham com o movimento, de forma semelhante ao sistema paulista, mas utilizam sensores para identificar a posição do sol. A presença de nuvens, nestes casos, pode atrapalhar a captação.
Segundo informações divulgadas pela Unesp, o modelo apresentado, com quatro painéis fotovoltaicos e duas baterias, é capaz de gerar energia para abastecer, durante quatro horas, uma casa com no máximo 70m². Poderiam ser acionados, por exemplo, oito lâmpadas fluorescentes compactas, um aparelho de TV, um telefone via rádio e uma bomba d’água para irrigar uma plantação e alimentar uma criação de animais.
A pesquisa surgiu na tese de doutorado de Alceu Ferreira Alves e contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Fapesp e da Fundação para o Desenvolvimento da Unesp, Fundunesp.
Autor: Ambiente Brasil