O homem que calculou

A aventura do conhecimento humano, do dedo ao computador 

A primeira comunidade de homens e mulheres que acrescentou à História uma herança hoje reconhecida como intelectual foi a dos sumérios, um povo que viveu na região onde hoje fica o Iraque, nos campos férteis entre os rios Tigre e Eufrates, conhecida como Mesopotâmia. Intelectualidade é aquela capacidade que só os humanos têm de perceber coisas fora do alcance de seus cinco sentidos, o chamado pensamento abstrato. Os sumérios foram os responsáveis por algumas abstrações notáveis, que turbinaram a marcha da humanidade e influenciaram para sempre o modo como as pessoas pensam, agem e se comunicam – dos babilônios e egípcios, que vieram logo em seguida, até nós, aqui nesse mundinho, 50 séculos depois.

Aos sumérios se deve a invenção da cerveja. Muita gente diria que, se eles não tivessem feito mais nada, só com isso já teriam garantido seu lugar no trem da História. E na janelinha. Mas eles fizeram. Entre outras bagatelas, devem-se aos sumérios o conceito de que os homens foram criados à imagem dos deuses, a fabricação dos primeiros instrumentos agrícolas, as tentativas iniciais de organização de cidades, os rudimentos do cooperativismo e a fabricação do vidro. Uau! Mas o auge da intelectualidade ainda estava por vir: os sumérios foram a primeira civilização da Terra capaz de registrar a própria história, porque eles inventaram a palavra escrita.

Foi deles, há 5 mil anos, a idéia de criar símbolos que pudessem representar os sons vocais, através de uma escrita chamada cuneiforme. O nome pode ser complicado, mas na prática a coisa era simples: marcas feitas em tabletes úmidos de barro, que depois eram secados ao sol. Os estiletes de madeira usados para marcar os símbolos no barro tinham a ponta em forma de cunha, ou, como se diz em eruditês, eram cuneiformes.

Hoje, pode parecer que passar da palavra escrita à invenção dos algarismos numéricos foi só um pulinho, quase uma conseqüência natural, mas entre os dois fatos atravessamos um abismo de alguns séculos. Muita gente pode não ter essa impressão, mas aprender a escrever é muito, muito mais simples do que aprender a calcular. Tanto que, enquanto a escrita se desenvolvia através de diferentes símbolos para diferentes sílabas, as contagens continuavam a ser feitas com base no conceito 1. Um evento, igual a um risquinho, numa pedra, numa árvore ou num osso. 

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Autor: Superinteressante