A Nasa lançou nesta quinta-feira o Observatório de Dinâmica Solar (SDO – Solar Dynamics Observatory), uma sonda espacial destinada a estudar nossa estrela em um nível de profundidade inédito.
Durante os próximos cinco anos, no mínimo, a sonda de R$ 1,5 bilhão (US$ 800 milhões) irá investigar o funcionamento da superfície e da atmosfera solar, além de obter informações importantes sobre seu interior.
Os objetivos da missão vão desde compreender melhor o comportamento e o funcionamento do Sol, até avaliar seu impacto sobre a Terra de forma mais precisa.
Dínamo solar
As câmeras de alta definição da SDO vão fotografar o Sol a cada 0,75 segundos e enviar de volta à Terra 1,5 terabyte de dados por dia.
O objetivo primário da missão é analisar o funcionamento do chamado dínamo solar, uma rede profunda de corrente de plasma que gera o campo magnético solar.
É este dínamo que, em última análise, está por trás de todas as formas de atividade solar, desde explosões na atmosfera do Sol até manchas relativamente frias que percorrem a superfície da estrela durante dias ou até semanas.
Estrela variável
“O SDO é a missão da variabilidade solar”, afirmou Lika Guhathakurta, uma das cientistas do programa da Nasa. “Ela irá revolucionar nossa visão do Sol e vai revelar como a atividade solar afeta nosso planeta, além de nos ajudar a antecipar o que vem pela frente”.
“A sonda vai observar o Sol mais rapidamente, profundamente e mais detalhadamente do que qualquer outra observação já feita, quebrando as barreiras do tempo, escala e claridade que prejudicavam o progresso na heliofísica, a física solar”, acrescentou.
Um Sol muito ativo pode prejudicar o funcionamento de satélites, comunicações e sistemas de fornecimento de energia na Terra – especialmente quando há liberação de partículas energeticamente carregadas em nossa direção.
Clima espacial
Com este projeto, os cientistas vão tentar também melhorar as previsões do “clima espacial”.
A sonda está sendo lançada depois de anos de baixa atividade solar, e o SDO deve monitorar a estrela quando ela começar a apresentar uma atividade maior.
“O Sol tem estado dramaticamente inativo”, afirmou Richard Harrison, um dos pesquisadores do programa SDO do Laboratório Rutherford Appleton, na Grã-Bretanha.
“Os últimos dois anos registraram mais de 250 dias sem nenhuma mancha solar. Acreditamos que isto vai acabar; todos os sinais estão lá. Estamos vendo novas regiões ativas (…). Estamos vendo as primeiras grandes explosões solares”, disse.
Autor: BBC e da NASA