O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, optaram pelo modelo francês Rafale na negociação para a compra de 36 caças para a Força Aérea Brasileira (FAB), segundo informou o jornal “Folha de S. Paulo” nesta quinta-feira. A decisão teria ocorrido depois que a empresa francesa Dassault reduziu o preço final do pacote de US$ 8,2 bilhões (R$ 15,1 bilhões) para US$ 6,2 bilhões (R$ 11,4 bilhões), uma redução de quase R$ 4 bilhões. ( entenda o que está em jogo na compra dos caças )
De acordo com a reportagem, a redução foi fechada no sábado, quando Jobim aprovou a nova proposta em reunião com o embaixador brasileiro, José Maurício Bustani, em Paris. O ministro, então, teria feito uma exposição a Lula na terça-feira para justificar a escolha dos Rafale.
A justificativa seria que um acordo com os Estados Unidos deixaria o Brasil vulnerável em relação à transferência de tecnologia. O argumento excluiria automaticamente os dois outros concorrentes na disputa: o Super Hornet F-18 da americana Boeing e o Gripen NG, da sueca Saab, que também tem componentes dos EUA.
Apesar do relatório elaborado pela aeronáutica apontar o modelo francês como a última opção, a preferência pelo rafale já havia sido anunciada publicamente pelo ministro jobim e pelo presidente Lula, que defendeu uma decisão política sobre a compra dos aviões .
O Rafale é apontado como a aeronave mais cara entre os concorrentes. De acordo com a Folha, além do custo do pacote, a manutenção dos aviões por 30 anos custaria mais US$ 4 bilhões.
Procurada pelo site do GLOBO, a Aeronáutica informou que ainda não vai se pronunciar oficialmente sobre o caso. As assessorias da Presidência e do Ministério da Defesa também não confirmaram ainda a informação. A empresa Dassault afirmou à Rádio França Internacional que não fará nenhum anúncio oficial antes do governo brasileiro.
Autor: O Globo