O governo de São Paulo decidiu construir o trecho norte do Rodoanel dentro da capital e enterrou a possibilidade de implantar o anel viário, com cerca de 50 km, na região da serra da Cantareira (zona norte de SP), como previa o projeto original, de seis anos atrás. O Rodoanel vai cortar áreas com alta ocupação urbana. A estrada vai ligar o trecho oeste, a partir de um entroncamento com a avenida Raimundo Pereira de Magalhães, até a via Dutra, na região de Guarulhos (Grande SP).
Está previsto ainda um novo acesso ao aeroporto internacional de Guarulhos, o que deve diluir o tráfego da via que liga a rodovia Ayrton Senna aos terminais. O projeto do trecho norte é o último do Rodoanel –o oeste foi o primeiro a ser concluído, em 2002; o sul, que envolverá o sistema Anchieta-Imigrantes, deve ser entregue em março de 2010; e o leste está em fase de licenciamento ambiental. O trecho norte não está orçado, mas os 43,5 km do leste são estimados em R$ 5 bilhões. A decisão final ocorreu depois de uma série de estudos contratados em abril pela Dersa para verificar qual traçado seria mais viável. A ideia original foi rechaçada tanto pela Sabesp, preocupada com o abastecimento de água, quanto pela Secretaria do Meio Ambiente, que não aceitava licenciar a obra.
A Dersa pretende receber o projeto básico 12 meses após a assinatura do contrato e licitar a obra em 2011. De acordo com a licitação, boa parte do trecho norte será construída através de túneis e viadutos –serão cerca de 155 mil m2 dessas obras. A empresa que vencer a concorrência terá de mapear uma área de 70 mil m2 de favelas, para verificar quantos barracos serão removidos. O projeto também vai contemplar a instalação de praças de pedágio no Rodoanel.
Autor: Folha de S.Paulo