Ponte-túnel faz integração entre portos da Suécia e Dinamarca

Para ligar as cidades portuárias de Copenhagen (capital da Dinamarca) e Malmö (Suécia), separadas pelo Estreito de Oresund, os governos dos dois países poderiam construir um túnel ou uma ponte. Mas, tanto a primeira como a segunda opção acabavam impedindo a passagem de navios com destino aos terminais dos dois municípios. Após três anos de debates, veio a solução, mesclar as duas alternativas. Assim surgiu a Ponte-túnel Oresung, única em todo o mundo.

Considerada uma das maravilhas da engenharia moderna, com 16 quilômetros de extensão e capaz de receber carros, caminhões e trens, a ligação foi conhecida por empresários e autoridades do Porto de Santos, em visita ao complexo portuário de Copenhagen. A viagem complementa a programação do Santos Export 2009 ­ Fórum Nacional para a Expansão do Porto de Santos, seminário ocorrido no mês passado, em Santos, em uma iniciativa do Sistema A Tribuna de Comunicação.

A obra viária despertou o interesse da comitiva brasileira, uma vez que o Governo de São Paulo tem defendido a construção de uma ponte ligando as duas margens do Porto de Santos. Pelo projeto original, a pista teria um vão central de 70 metros, insuficiente para a passagem de navios, segundo a Codesp, a autoridade portuária.

A Ponte-túnel Oresung impressiona por seu projeto ­ a primeira parte da pista está a 15 metros de profundidade, sob o mar, e a segunda, a 65 metros de altura. Partindo da cidade dinamarquesa para a sueca, a ligação tem início ao lado do Aeroporto Internacional de Copenhagen (na cidade de Kastrup, a oito quilômetros do centro da capital), nas proximidades da área portuária. A via passa sob o mar por quatro quilômetros, até emergir no meio do Estreito de Oresung, em uma ilha artificial, aterro que avança por outros quatro quilômetros. É nesse ponto onde começa a ponte, do tipo estaiada, que tem oito quilômetros de extensão e chega na região de Brostaden, perto do cais de Malmö.

O empreendimento não impede o acesso aos terminais da região, afirmou o gerente da Copenhagen Malmö Port (CMP, operadora dos dois portos), Gert Norgaard, que acompanhou a visita da comitiva do Santos Export.

No trecho onde está a parte subterrânea da pista, a profundidade do estreito é de 8 metros. Como a via passa a quinze metros do solo, ainda é possível dragar o local até 10 metros. Caso o calado do navio seja maior, a saída é passar sob a ponte, que tem um vão de 65 metros. Nesse ponto, a profundidade chega a 15 metros.

“Essa maravilha da engenharia é nossa principal atração. E não atrapalha nossas operações portuárias. Se um navio tem até oito metros de calado, passa sobre o túnel. Se tem mais, passa sob a ponte. No caso de ter mais de 65 metros de altura (acima da linha d´água), não existe problema. E nunca houve um com mais de oito metros de calado e mais de 65 metros de altura”, afirmou o executivo da CMP.

Segundo Norgaard, caso a região receba embarcações com dimensões que impeçam a passagem, há uma saída. Basta esses navios darem a volta na ilha onde está a cidade de Copenhagen, contornando-a pelo lado sul. “O caminho é maior, mas é possível chegar aos terminais portuários”.

HISTÓRICO

O projeto de uma ligação entre a Dinamarca e a Suécia começou a ser debatido em 1991, sendo finalizado três anos depois. As obras tiveram início no ano seguinte e foram concluídas em 1999, a um custo de US$ 5 bilhões. O empreendimento foi custeado pelos governos dos dois países (cada um pagou 47,5%) e pela União Europeia (responsável pelos 5% restantes).

Cada nação cuidou de uma parte da ligação. A ponte foi construída em Malmö, enquanto o túnel e a ilha artificial, em Copenhagen. A ponte-túnel conta com duas pistas rodoviárias (uma em cada mão de direção) e duas linhas de trem.

Para usá-la, é cobrado um pedágio, que chega a 30,4 euros para um carro de até seis metros. Há descontos para usuários frequentes.

Autor: Webtranspo