A ex-URSS e os EUA, que tanto se digladiaram em guerras mais ou menos frias, encontraram no espaço um palco para sinalizar uma nova era na relação entre os dois povos que mais tarde se expandiu a vários outros – Canadá, Japão, Europa.
“Zarya”, termo russo, significa amanhecer; um amanhecer com algo escondido, com sabor a esperança e a futuro radioso. “Unity”, da língua inglesa, percebemos imediatamente que transmite unidade, união por algo ou alguém. Foram estes os nomes dados por russos e americanos aos dois primeiros componentes daquele que é hoje o mais dispendioso projecto espacial do mundo, a Estação Espacial Internacional. Fez nesta semana, 6 de dezembro, 11 anos que este evento se deu lá em cima, sendo esse o primeiro passo para a construção de um projecto com um impacto científico, tecnológico e, sobretudo, político de enorme relevância na nossa história contemporânea.
Resultados? A ciência médica e a engenharia robótica (entre outros) devem muito a este marco da cooperação humana. Os meios justificam os fins. E este meio nasce do que mais nobre tem o homem – o apaixonar-se em si e por si. “Quer queiras, quer não, serás bombeiro voluntário!” Assim dizia Raul Solnado numa das suas crónicas humorísticas. É mais ou menos essa a mensagem que o cosmos nos deixa: é inevitável, só chegamos a outras paragens com a mente, a imaginação e os músculo de muitos povos. Quer queiramos, quer não!
Autor: iOnline – Portugal