Primeiro trem da Linha 4 do Metrô de SP deve chegar no início de dezembro

Composição está em navio, vindo da Coreia do Sul.
Testes com o trem também começam em dezembro

Nos primeiros dias de dezembro, deve desembarcar no Porto de Santos o primeiro trem que vai compor a frota da futura Linha 4 (Amarela) do Metrô de São Paulo. Fabricado na Coreia do Sul, ele está vindo de navio e a concessionária ViaQuatro, responsável pela operação e manutenção das composições, estima que os primeiros testes com o novo trem ainda ocorram este ano.

Com 12,8 km de extensão, a Linha 4 ligará a Estação da Luz (região central) à Vila Sônia (Zona Sul). O início da operação está previsto para março de 2010, com a inauguração das estações Paulista e Faria Lima. 

Segundo a ViaQuatro, assim que o trem chegar ao porto do Litoral Sul da capital, ainda embalado, virá em carretas para São Paulo. Serão seis. Cada uma transportará um carro, também chamado vagão, que pesa 40 toneladas. “Estamos montando toda uma estrutura”, afirmou Luís Valença, presidente da concessionária. 

Ao todo, a Linha 4 terá 14 trens nesta primeira fase, que também prevê a abertura aos usuários das estações Butantã, Pinheiros, República e Luz.

O estacionamento da frota será no Pátio Vila Sônia, onde também começarão a ser feitos os testes com a composição que está chegando. A Estação Vila Sônia está na fase final do projeto da Linha 4 e deve ser inaugurada até 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil.

Tecnologia

Valença promete que o trem de tecnologia coreana será todo automatizado. “O nosso sistema é inteligente, é mais seguro e mais econômico”. Uma das diferenças das composições hoje em uso no Metrô é que as da Linha 4 não terão condutor. Todo deslocamento será feito a partir do Centro de Controle Operacional (CCO) no Pátio Vila Sônia. É dali que os técnicos comandarão a velocidade e o intervalo de saída dos trens.

A estimativa da concessionária é de que o tempo de espera nas estações seja de 75 segundos. De acordo com o presidente da ViaQuatro, as composições andarão com velocidade média de 40 km/h, podendo atingir 80 km/h na máxima aceleração. Outra diferença é que os passageiros podem passar de um vagão para outro mesmo com o trem em movimento porque não haverá portas divisórias.

“A vantagem desse sistema é a distribuição das pessoas no trem. Elas vão caminhando para os lados e não há limite”, disse Valença, explicando que a livre circulação não criará situações de vagões muito lotados. Ele promete outras duas ações que trarão conforto aos passageiros: ar condicionado e ruído “baixíssimo” durante o deslocamento pelos trilhos.

Sem choque

As composições serão movidas à energia elétrica, que virá de fios de alta tensão no teto e não no solo, como acontece na malha existente em São Paulo. “A via foi construída para que, em situação de evacuação, as pessoas possam caminhar pelos trilhos sem levar choque”, contou Valença.

Ao primeiro indício de qualquer problema, os técnicos podem acionar as duas portas de emergência. Cada uma fica em uma extremidade do trem.

Valença explica ainda que as novas composições da Linha 4 são mais “eficientes e econômicas”. “O trem não dá aquele tranco, não aplica o freio fora de hora e isso diminui o desgaste. O freio é regenerativo. É capaz de aproveitar a energia elétrica da frenagem e transmitir para outro trem que precisa de aceleração”.

Outra medida de segurança é colocar nas plataformas portas de vidro. Elas só abrirão quando, parado na estação, o trem também estiver com as portas abertas. A futura estação Sacomã (Linha 2-Verde) está em obras e será mais uma a ter as barreiras de vidro na plataforma.

Veja vídeo sobre o trajeto e o trem.

Autor: G1