Na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), em dezembro, membros de 193 países devem assinar um acordo global de controle das mudanças climáticas e de garantia de sobrevivência das futuras gerações. Enquanto isso, em cada país, empresas, ONGs e diversas entidades lançam novos projetos a fim de preservar o meio ambiente. Na Semana Oficial da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia (Soeaa), realizada entre os dias 2 e 5 de dezembro, em Manaus, o painel “Criação de uma certificação para uma edificação ecologicamente sustentável” vai provocar a discussão sobre o tema.
A ideia é defendida pelo coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Civil do Confea, Antônio Carlos Aragão, para quem a certificação deve ser emitida por uma unidade formada pelas diversas entidades que compõe o Sistema Confea/Crea. A emissão do selo deve funcionar da seguinte forma: a empresa interessada entra em contato com a unidade do Sistema Confea/Crea para que ela analise os projetos da obra e verifique se estão dentro das normas de sustentabilidade ambiental. As normas, por sua vez, devem levar em consideração os compromissos assumidos em Copenhague e o Protocolo de Quioto, caso ele seja renovado.
Aragão explica que a obra só recebe o selo se constar no projeto o conjunto de iniciativas sustentáveis que vão da obra em si até os fornecedores da matéria-prima. “Não adianta nada uma edificação com material de demolição, reuso de água, grama do telhado, se o cimento utilizado é de uma empresa que polui o meio ambiente”, acrescenta.
As técnicas sustentáveis começam a dominar o cenário da construção civil por todo o mundo. Arquitetos e engenheiros começam a estudar maneiras de reduzir o consumo de energia. Na palestra, Aragão pretende mostrar exatamente isso, exemplos de iniciativas bem-sucedidas, como o do condomínio BedZed ou Beddington Zero Energy Development (Empreendimento de Energia Zero), em Sutton, Londres (Inglaterra). Mesmo com o inverno rigoroso do Reino Unido, as casas do BedZed consomem apenas 10% de energia com aquecimento em relação a uma casa normal. Tudo que se usa lá vem de fontes renováveis, proporcionando energia de “neutro-carbono”. Além disso, enquanto um inglês de uma residência normal consome 150 litros de água/dia, no BedZed o consumo cai para 60 litros.
Quanto à preparação do país para esse novo mercado, Aragão afirma que só depende da vontade do empresariado em mudar a forma de produção. Em relação à conscientização, o Sistema pode contribuir de forma muito efetiva por meio de campanhas e convênios. “Esse processo deve ser iniciado no Sistema e disseminado por meio de campanhas educativas, cursos para os profissionais, convênio com as entidades e universidades”, completa ele.
Os presentes na palestra, que faz parte das atividades do painel “Inovação Tecnológica e Estado da Arte das Profissões”, podem opinar, tirar dúvidas e emitir sugestões e críticas sobre a proposta apresentada pelo coordenador. Na Soeaa, esse tema será debatido no dia 3 de dezembro, às 16h30.
Autor: Assessoria de Comunicação do Confea