Ferrovias ociosas, economia fora dos trilhos

O descaso do Brasil com sua malha ferroviária, mesmo após a retomada dos investimentos nesta década, continua monumental. É o que mostra a reportagem dos jornalistas Gustavo Paul e Henrique Gomes Batista, publicada na edição deste domingo do jornal O GLOBO.

Levantamento feito pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) mostra que 62% do total de ferrovias concedidas à iniciativa privada nos anos 1990 estão ociosos ou abandonados. Por isso, o governo federal está desenhando mecanismos para recolocar esse tipo de transporte nos trilhos, começando pela rede de 570 quilômetros subutilizada do Norte Fluminense.

Dos 28.831 quilômetros da malha ferroviária existente no país, apenas 10.930 são explorados, de acordo com a ANTT. Se for considerada apenas a malha em bitola estreita (distância entre os trilhos de um metro, mais antiga e predominante no país), essa ociosidade é de 77%. Já a malha em bitola larga (distância de 1,6 metro, mais moderna) é totalmente utilizada. A maior parte das ferrovias subutilizadas está no Sul e no Sudeste, mas também há no Nordeste e no Centro-Oeste.

Autor: O Globo