Dados do Departamento de Limpeza Urbana de São Paulo revelam que 10% de todos os materiais entregues em canteiros de obras são desperdiçados
A imprecisão na compra, a ineficiência no processo de construção artesanal e os equívocos na elaboração e execução dos projetos, somados às perdas no transporte e no armazenamento, representam desperdício de 10% nos canteiros de obras no Brasil.
Todos os meses o Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana) da capital paulista recolhe cerca de 144 mil m³ de entulho. Extra-oficialmente estima-se que essa quantidade seja três vezes maior. Dos materiais descartados, 65% são produtos inertes como argamassas, concretos e telhas.
O fato chama a atenção de ambientalistas e vira problema de saúde pública em grandes centros urbanos, que encontra dificuldades na deposição dos resíduos. Em poucos anos, estima-se que a escassez de lugares para descarte elevará o preço para aterrar o material.
Além da reciclagem, que favorece o reaproveitamento do concreto estrutural de RCD (resíduos de construção e demolição) e de centrais dosadoras em relação aos tijolos cerâmicos e argamassas, a alternativa ecologicamente correta é o uso intensivo de sistemas inteligentes, automatizados, eliminando as improvisações nos canteiros e otimizando o custo.
O uso de sistemas construtivos como o das Paredes Duplas, por exemplo, garante o controle e o gerenciamento simplificado da obra, reduzindo o tempo efetivo de execução do projeto e envolvendo menos mão-de-obra, o que em última análise também significa menos riscos de acidentes. O layout fica enxuto, já que o sistema não requer estocagem de grandes quantidades de materiais.
Para Fabio Casagrande, diretor da Sudeste, empresa de pré-fabricados, divulgar as vantagens construtivas e as possibilidades arquitetônicas é imperativo para que a industrialização do setor da construção no Brasil atinja níveis comparáveis a de países mais desenvolvidos. “A construção precisa de uma base lógica. Se você pega uma parede dupla, por exemplo, pode inserir materiais nos vãos, como resíduos de pneus agregados ao concreto, ajudando a diminuir o descarte de um material que já não teria serventia alguma”.
Autor: Revista INFRA