Projeto de hidroanel para São Paulo está em fase de conclusão

Obra que vai unir os rios Tietê e Pinheiros e a represa Billings faz parte de uma série de intervenções viárias previstas para a capital paulista

O projeto executivo do Hidroanel Metropolitano de São Paulo está em fase de conclusão. A obra, que vai unir os rios Tietê e Pinheiros e a represa Billings, junto com outros projetos viários, é a grande aposta do governo para a melhoria do tráfego urbano na cidade. As informações foram transmitidas por Ricardo Laiza, superintendente de planejamento da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), durante o debate sobre a ampliação da Marginal Tietê, promovido pelo Movimento Nossa São Paulo. 

Segundo Laiza, o Governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo deverão concluir, em médio prazo, uma série de obras para criar um novo patamar de circulação na cidade. São elas: o próprio Hidroanel, a ampliação do Marginal do Rio Tietê, o Rodoanel, e os prolongamentos das avenidas Jacu Pêssego e Roberto Marinho. 

Durante o evento, entidades da sociedade civil, como a ONG Coletivo Urbana e a ANTP (Associação Nacional dos Transportes Públicos), criticaram uma série de pontos do projeto, como a falta de divulgação dos detalhes da proposta, de discussão pública e até mesmo os critérios utilizados para o licenciamento ambiental da obra. 

“A proposta [para a Nova Marginal] está na contramão da mobilidade urbana sustentável”, acredita Marcos Bicalho, superintentendente da ANTP. Para ele, o projeto investe em um modelo “rodoviarista”, que privilegia o caminhão e o transporte privado, quando, na verdade, deveria apostar em uma rede de transporte público integrada. “São Paulo precisa de uma ação e um plano de investimento de médio prazo para melhorar o tráfego da cidade. Falta um conjunto de ações articuladas”, afirmou.
Já para Rafael Poço, integrante da Coletivo Ecologia Urbana, o que faltou no projeto foi uma ampla discussão na sociedade civil. “O governo rasgou o direito da participação dos moradores na elaboração do projeto, o que é previsto em lei. E, pior, rasgou também o próprio Plano Diretor de São Paulo”, afirmou. 

O superintendente de planejamento da CET, no entanto, acredita que a ampliação da Marginal do Tietê é apenas uma obra de adequação viária comum, não prevista no Plano Diretor. “Seria uma obra de adequação viária pequena, se não fosse o custo de R$ 1,3 bilhão”, disse Laiza. “A obra não estava prevista, mas o nosso único objetivo é reduzir os gargalos do trânsito em São Paulo”, finaliza.
Nova Marginal 

O projeto da Nova Marginal do Rio Tietê prevê a criação de três novas faixas em cada sentido, a construção de quatro novas pontes e três viadutos para melhorar a fluidez das vias local, auxiliar e expressa. O empreendimento total está orçado em R$ 1,3 bilhão e terá investimentos do governo do Estado e das concessionárias que administram as rodovias Bandeirantes-Anhanguera e Ayrton Senna-Carvalho Pinto. A previsão é de que as obras sejam concluídas ainda em 2010.

Autor: PINIWeb