Ao mesmo tempo em que abriga a melhor escola de Engenharia do País, o Estado de São Paulo responde por apenas 14% dos cursos da área avaliados como bons ou ótimos no Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade) de 2008. Os dados, divulgados ontem pelo Ministério da Educação (MEC), apontam que, dos 210 cursos de Engenharia no País com conceitos máximos, 30 estão no Estado. Na capital, quatro estão nesse grupo de excelência e só um com nota 5 – o de Engenharia de Materiais da Universidade Presbiteriana Mackenzie. A cidade do Rio de Janeiro tem 29 cursos de Engenharia bem avaliados e está no topo do ranking no Brasil.
Dos 881 cursos do Brasil que receberam conceito, o de Engenharia Eletrônica do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos, obteve 485 pontos de 500 possíveis e se posicionou como o melhor do País. O ITA obteve conceito máximo em três cursos. Das 30 melhores escolas de Engenharia do Estado, metade é da Universidade Estadual Paulista (Unesp). USP e Unicamp, outras instituições estaduais com ensino de excelência, nunca participaram do Enade.
O coordenador de Engenharia Eletrônica do ITA, Karl Heinz Kienitz, credita o bom desempenho à flexibilidade da instituição, que permite atualizações anuais nos currículos das disciplinas. “Numa universidade isso já é mais complicado. Aqui, como temos cinco cursos, conseguimos fazer isso.” Para Kienitz, o mérito é também dos alunos, que passam por seleção rigorosa para ingressar no curso. Em média, formam-se 30 engenheiros eletrônicos por ano.
Autor: Agência Estado