Universidade Federal de São Carlos desenvolverá modelo para prever o aparecimento das algas na represa
A Sabesp fechou uma parceria com a Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) para prever o aparecimento de algas na Represa Guarapiranga. O contrato tem validade de um ano e indica que a Ufscar desenvolva um modelo de previsão de crescimento dessas plantas, naturalmente presentes nos corpos d´água.
Trata-se de um método matemático, que leva em conta uma série de variáveis, como insolação, temperatura, aspectos físicos e biológicos do manancial. Com o cruzamento dessas informações, será possível apontar quais partes da represa tendem a contar com o florescimento das algas. A partir daí, a Sabesp terá condições de combater esses organismos nos pontos de maior intensidade. Outras alternativas, porém, estão em estudo.
As algas são cianobactérias, que, quando em contato com materiais orgânicos, podem liberar compostos como a geosmina e o metilisoborneol. O primeiro, também encontrado em alguns vegetais como a beterraba, está associado ao odor de mofo. Já o segundo, ao cheiro e gosto de terra. Apesar de não causar risco à saúde, o tratamento da água não consegue remover essas sensações.
Por sofrer com as ocupações irregulares, que despejam o esgoto in natura no manancial, o problema é mais recorrente na Guarapiranga, já que esses organismos se alimentam justamente dos nutrientes presentes nos dejetos.
O sol forte e a ausência de chuvas contribuem para o surgimento das algas, mais freqüente em épocas de estiagem.
No acordo, caberá à Sabesp fornecer relatórios da qualidade da água da Guarapiranga. A Ufscar, que já possui estudos relacionados ao tema, deverá desenvolver o modelo compatível com a realidade da represa. Para tanto, uma série de testes deverá ser feita.
O contrato com a Ufscar, cujo valor é de R$ 1, 15 milhão, é mais uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Sabesp, para melhorar a qualidade da água da Represa Guarapiranga. A de maior destaque é o programa Vida Nova, que visa a proteção e recuperação dos cinco principais mananciais da Região Metropolitana de São Paulo: Cantareira, Guarapiranga, Billings, Alto Tietê – Cabeceiras e Cotia. O projeto terá investimentos de R$ 1,2 bilhão e prevê a regularização dos imóveis e a ampliação do sistema de esgotamento sanitário, entre outras medidas.
Autor: Assessoria de imprensa