Volume aplicado no setor somou apenas R$ 9 bilhões em 10 anos, avalia instituto
Uma análise sobre a eficiência operacional e competitividade dos portos nacionais foi divulgada, ontem (24/08), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão ligado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. De acordo com o estudo, o país precisaria realizar 265 obras e investir R$ 43 bilhões na construção, ampliação e recuperação das áreas portuárias. Além dessas, há também projetos de acesso terrestres, como ferrovias e estradas, dragagens e modernização dos equipamentos operacionais, todos inclusos na estimativa de investimento. Hoje, o Brasil possui 37 terminais marítimos públicos e movimenta 76,7% do comércio exterior.
Para o Ipea, essa necessidade de investimentos no setor portuário está distante da realidade. O estudo também apurou que, nos últimos dez anos, o volume aplicado no setor somou apenas R$ 8,8 bilhões. Isso representa algo em torno de 0,06% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do Instituto.
Neste ano, o Governo Federal pretende investir R$ 1,5 bilhão em dragagem de todos os portos do Brasil e vai injetar mais R$ 2 bilhões em infraestrutura interna. No total, são R$ 3,5 bilhões gastos somente nos portos. Apenas o trabalho de dragagem vai aumentar 30% a capacidade dos portos.
Segundo o estudo, houve redução no número de atracações de navios em outros terminais do país, como Ilhéus (BA), Maceió (AL), Antonina (PR) e Cabedelo (PB) por conta da crise econômica. Entretanto, outros portos registraram alta na movimentação de cargas, como Santos (SP), Paranaguá (PR), Pecém (CE) e Rio Grande (RS).
Investir no turismo pode ser uma alternativa para a melhoria. No Ceará, foi anunciado investimento de R$ 150 milhões para dragagem e construção de um terminal de passageiros em Mucuripe, para receber o fluxo turístico da Copa do Mundo de 2014. Os recursos são do PAC, geridos pela SEP, que negocia com o governo cearense também a construção de um estaleiro naval.
Autor: Sinaenco
