A Engenharia Urbana constitui-se em uma grande área da engenharia civil, formando profissionais em condições de atuar em atividades multidisciplinares. Envolve profissionais de conhecimentos integrados, com formação voltada para a busca da qualidade de vida dos habitantes das cidades.
Os temas são aqueles que focalizam os problemas de natureza ambiental e as dificuldades crescentes de planejamento, implantação e gestão dos sistemas urbanos.
As infra-estruturas vêm se constituindo num grande desafio à capacidade técnica e administrativa dos responsáveis pelas cidades, exigindo a adequação às necessidades de expansão demográfica e de uso e ocupação do solo.
Assim, a engenharia urbana tem por função a busca e concretização de soluções para problemas como os do trânsito urbano, da implantação de infra-estrutura, de habitações e melhoria dos serviços públicos, dos parcelamentos inadequados do solo, da melhoria da qualidade de vida urbana e da busca de novos desenhos e padrões que transformem as cidades em locais mais agradáveis para viver.
Num enfoque mais amplo, as cidades devem ser pensadas como um elemento orgânico, regido por atores da iniciativa privada (imobiliárias, incorporadoras e proprietários), poder público (nas três esferas de poder) e população em geral.
A preocupação é equacionar os interesses destes atores em prol dos interesses em comum dos cidadãos, isto é, proporcionar: sistemas de transportes seguros e eficientes; vias de tráfego apropriadas; transporte coletivo de qualidade; condições adequadas de saneamento, como água tratada; coleta de esgotos sanitários e gestão dos resíduos sólidos; bairros com espaços públicos de lazer e recreação; adequar as estruturas institucionais de saúde, educação e segurança nas escalas adequadas do bairro, zona ou região; utilizar-se do meio físico de modo a proporcionar ambiente seguro e saudável, respeitando-se as configurações fisiográficas do local (topografia e relevo, áreas sujeitas a inundações ou erosões, proteção dos fundos de vales, preservação das áreas impróprias para ocupação urbana), preservação da memória artística, cultural e histórica de comunidades locais; enfim, utilizar-se do meio de forma equilibrada e democrática.
O Brasil é um dos países que mais rapidamente se urbanizaram em todo o mundo, transformado-se, nos últimos 50 anos, de um país rural em um país urbano.
Assim, os maiores desafios ambientais que se vislumbram no século XXI indicam que as cidades serão palco dos grandes problemas ambientais, em escala planetária, seja decorrente de problemas em escala global, como o aumento da temperatura do planeta, seja em escala local, em função de suas especificidades intrínsecas.
Neste cenário de perspectivas sinistras, as cidades – e estas não podem ser consideradas sem a presença do homem, enquanto cidadão – dependerão de um grande aporte técnico-científico para equacionar e solucionar seus problemas.
Diante da complexidade que as cidades apresentam, o pensar nessa cidade deve ser com visão macroscópica e com racionalidade técnica, compondo e aplicando a ciência e as tecnologias do futuro com o objetivo base de diminuir significativamente as desigualdades urbanas e sociais.
*Coordenador de Pós-Graduação em Engenharia Urbana da UEM – Universidade Estadual de Maringá
Autor: * Dr. Evaristo Atencio Paredes para o O Diário On Line