Indústria automobilística mundial investe nos modelos econômicos e na popularização do conceito de veículos ecológicos, que ainda são muito caros. Brasil é um dos mercados visados
A indústria automobilística investe pesado em tecnologia para reduzir as emissões de gás e aumentar a eficiência energética dos carros. No Brasil, o custo ainda é elevado, apesar de o País ser considerado o terceiro maior mercado no mundo para as principais montadoras, ao lado da China e dos Estados Unidos. O ‘Simpósio Sae Brasil de Novas Tecnologias na Indústria Automobilística’ reuniu empresas de tecnologia que investem em pesquisas para produzir um modelo que caiba no bolso do consumidor, em parceria com concessionárias de energia, geradoras e instituições internacionais de pesquisa.
A Fiat desenvolve o Pálio elétrico, um projeto internacional que, no País, tem o apoio das concessionárias de energia, como a Ampla e Light, e de diversos organismos internacionais de pesquisa. Carlos Eugênio Fonseca Dutra, diretor de Planejamento e Estratégia de Produto da Fiat Automóveis, conta que o projeto vai produzir 50 unidades até 2010. “Apesar de ainda não ser viável a fabricação em larga escala, já que ele custaria cerca de R$ 70 mil, o programa permite o desenvolvimento de tecnologias”, explicou.
Reinaldo Muratori, diretor de Engenharia da Mitsubishi no Brasil, apresentou o projeto do elétrico i-MiEV, do Japão. “Uma solução para uso urbano viável a curto prazo, com emissões próximas de zero e custo inferior a carros equipados com motores a combustão”, disse, acendendo esperanças de popularizar o modelo ecológico no mercado brasileiro. Já existem 200 unidades do veículo rodando no Japão, e testes no Brasil começam em 2010.
José Luiz Loureiro, gerente executivo de Engenharia de Veículos da Volkswagen, apresentou o conceito BlueMotion, eficiente, de baixo consumo e capaz de reduzir as emissões. O Polo ficou 26 kg mais leve e tem dispositivos especiais, como um sistema de direção que diminui o consumo. Recebeu pneus ‘verdes’, que garantem menor resistência à rolagem. “É um carro de nicho, e a receita já está disponível”, disse o diretor da Volkswagen, que pretende produzir 300 unidades do veículo por ano.
Virgílio Cerutti, presidente da Magneti Marelli, afirmou que o País tem espaço para crescimento. “O Brasil está preparado para absorver veículos com maior conteúdo e promoverá um ‘up grade’ tecnológico nos próximos anos”, disse, confiante no conceito.
Autor: O Dia