Tecnologia gera fascínio na indústria automobilística; Estados Unidos e Europa avançam no uso da solução
Uso da nanotecnologia deve tornar veículo mais caro, em um primeiro momento
Durabilidade, eficiência, economia e vantagens à questão ambiental; esses são os principais benefícios apontados por estudos em relação ao uso da nanotecnologia na indústria automobilística. Conforme dados do portal Nanowerk, especializado em nanociências e nanotecnologia, o mercado da solução, que chegou ao patamar de US$ 9 bilhões em 2007, poderá chegar a US$ 54 bilhões em 2015 e a US$ 140 bilhões em 2020.
Jomar Napoleão da Silva, Vice-Presidente do Comitê de Veículos do Congresso SAE Brasil 2009, acredita que, nos próximos cinco anos, aproximadamente 95 novas aplicações de nanotecnologia devam ser introduzidas no setor automotivo.
A razão da crescente demanda, além dos benefícios econômicos e ambientais – com reciclagem e menor peso de componentes influenciando a redução da emissão de poluentes – é o fascínio que a nanotecnologia leva ao setor proporcionando efeitos quase mágicos na construção e conservação dos novos veículos.
Em seu artigo “Nanotecnologia e o automóvel do futuro”, Silva dá um exemplo interessante da nanotecnologia. “Os nanocompostos permitem a criação de películas protetoras autoregenerativas nos automóveis, à prova de riscos na pintura e poeira. Estas películas, além de serem mais finas, permitem maior duração da pintura nas superfícies do carro, reduzem os reparos por riscos e são mais leves que as convencionais”.
Segundo ele, ainda em seu artigo, “as pesquisas com nanotecnologia também estão sendo aplicadas para controlar as propriedades ópticas dos vidros e superfícies transparentes, permitindo ‘sintonizar’ as frequências da luz que se queira permitir passar, e proporcionar características autolimpantes”, observou.
De acordo com Silva, embora no Brasil não haja nenhum estudo específico sobre o tema, atualmente as maiores montadoras desenvolvem pesquisas na área de nanotecnologia, as análises abrangem o descobrimento de novas soluções, como sistemas de energia inteligentes e nanoeletrônica, e a melhoria de materiais como metais, tintas, plásticos e vidros. “A nanotecnologia está sendo explorada pelas matrizes das montadoras nos Estados Unidos e na Europa”, disse.
Para ele, é questão de tempo até que as companhias brasileiras optem por absorver a inovação, principalmente em razão do custo-benefício financeiro e da sustentabilidade. Motivo que influenciou o estímulo do desenvolvimento da tecnologia, mesmo em tempos de crise, contou Silva.
Questionado sobre o impacto da nanotecnologia no que se refere ao custo final do veículo, o executivo disse que toda nova tecnologia “tem um custo de desenvolvimento, que no futuro cai pelo aumento de demanda”, considerou.
No próximo dia 6 de outubro, Silva levará o tema: “o avanço da nanotecnologia no setor automotivo” para o conhecimento de representantes do setor, durante o Congresso SAE Brasil 2009. Para a instituição, é importante que sejam conhecidos os últimos trabalhos desenvolvidos nos setores estratégicos do aço, alumínio e polímeros e nanotecnologia.
Autor: Webtranspo