Codesp prevê lucro recorde de R$ 100 milhões para este ano

A Codesp projeta um lucro recorde de R$ 100 milhões para este ano, quase três vezes os R$ 35 milhões registrados no ano passado ¬- que resultaram na distribuição inédita, no último mês, de R$ 6 milhões em dividendos para os acionistas da Autoridade Portuária. 

A previsão de lucro foi anunciada ontem pelo presidente da Companhia Docas, José Roberto Correia Serra, logo depois de o ministro da Secretaria Especial de Portos (SEP), Pedro Brito, revelar que a empresa, pela primeira vez, fechou suas contas com um resultado positivo e pôde pagar seus acionistas. Os dois participaram do 17º Congresso Nacional de Municípios Portuários, organizado pela Associação Brasileira de Municípios Portuários (ABMP), em Santos. 

A estimativa de lucro é feita com base na reestruturação administra da Codesp, em curso, explicou o seu presidente. “E pode ser até mais”, admitiu. 

Para atingir esse resultado, a companhia vem gradativamente diminuindo custos e aumentando a geração de receitas, com a readequação das cobranças de tarifas portuárias, por exemplo. 

O resultado esperado, se confirmado, será o início de uma “nova era da empresa”, observou Serra. Isso porque, para o executivo, ao se tornar superavitária, a estatal deverá aplicar parte das suas reservas na infraestrutura portuária. “Na medida em que a gente cria essas condições de dar lucro, que é uma política do Governo Federal, começamos a trazer de volta para o mercado o potencial de se fazer esses investimentos, do próprio caixa, em benefício da comunidade portuária”. 

Com o resultado positivo, Serra também pretende pagar uma participação nos lucros aos funcionários da Autoridade Portuária. Atualmente, a empresa tem cerca de 1.200 empregados. 

Créditos

A Codesp também deverá “engordar” o caixa neste ano ao cobrar dívidas antigas, recebendo os créditos que tem com operadoras portuárias, afirmou o ministro Pedro Brito.
Estimativas indicam que há a possibilidade de a estatal reaver cerca de R$ 300 milhões até dezembro, período em que o ministro pretende concluir as negociações com empresas credoras, como a Usiminas Cubatão (antiga Cosipa) e a Libra Terminais. 

A negociação com a Cosipa poderá ser concluída ainda neste mês. Brito disse que falta somente o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovar a proposta de quitação do débito acertada entre a Docas e a empresa. Já a com a Libra, o ministro prevê uma solução apenas para o final do ano.
Questionados, tanto Serra quanto Brito preferiram não mencionar os valores tratados nas negociações com as principais devedoras da Companhia Docas. 

Em 2007, a Autoridade Portuária de Santos cobrava da Libra cerca de R$ 520 milhões e da Cosipa, R$ 220 milhões.

Autor: A Tribuna