Os planos para a exploração de uma superjazida de minério de ferro no Norte de Minas Gerais, avaliada em mais de 10 bilhões de toneladas, começam a movimentar grandes empresas do setor que já apresentaram o projeto ao governo de Minas Gerais, para discutir medidas de apoio ao investimento. Formado por companhias como a Vale, grupo Votorantim e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), o Consórcio Corporativo Novo Horizonte terá de construir toda a logística de escoamento da produção, provavelmente por ferrovia e porto, mas o maior desafio poderá ser a tecnologia de extração e enriquecimento de um minério de baixo teor de ferro, estimado em 25%, para tornar lucrativo o negócio. O estado deverá participar da iniciativa no desenvolvimento tecnológico e no desembaraço da infraestrutura, informou, ontem, Paulo Sérgio Machado Ribeiro, subsecretário de Desenvolvimento Mínero-Metalúrgico e Política Energética.
Conforme o Estado de Minas noticiou com exclusividade em julho do ano passado, a conclusão das pesquisas iniciadas pelas empresas há cerca de três anos indicou nas reservas de Rio Pardo de Minas e Salinas, entre 20 municípios onde há ocorrências na região, uma das maiores províncias minerais de ferro do mundo. Só a parcela de investimentos das empresas envolvidas no projeto se aproxima de US$ 6 bilhões para viabilizar o empreendimento, custo muito alto diante da queda dos preços do minério de ferro no mercado internacional depois da crise financeira, que estourou em setembro de 2008. Ainda assim, apesar da redução de até 40% das cotações, a média atual de preços de US$ 40 por tonelada é superior ao preço médio no começo da década, de US$ 15 por tonelada.
“Se bem trabalhadas, essas jazidas podem ser viáveis e um grande interesse do estado é que elas levem desenvolvimento econômico ao Norte de Minas”, disse o subsecretário de Desenvolvimento Mínero-Metalúrgico. A princípio, o estado deverá participar da elaboração de projetos de planejamento logístico e na busca de parceiros dos setores de tecnologia e equipamentos para o setor de mineração, segundo Paulo Sérgio Machado. O potencial geológico da região indica até 20 bilhões de toneladas de minério de ferro, o que confirma o Norte de Minas como uma nova fronteira da mineração em Minas Gerais.
Autor: Estado de Minas