Comgás amplia rede monitorada por telemetria

A Comgás investe para ter um controle contínuo e preciso do fluxo e das características do gás que circula na rede de dutos subterrâneos em sua área de concessão. Esse controle é vital para a segurança de toda a operação.

A cada mês, a empresa recebe 13 milhões de metros cúbicos de gás procedentes da Bolívia, pela Transportadora Brasileira Gasoduto Brasil Bolívia (TBG), e das bacias de Campos e Santos, da Petrobras. Entram através de 18 pontos, conhecidos como estações de transferência de custódia. Quando o gás chega a esses pontos, a Comgás realiza várias operações. Uma delas é a odorização, pela qual o gás, que é inodoro, recebe o cheiro característico que serve para alertar o usuário em caso de vazamento. Outra operação consiste em reduzir a pressão que tinha o gás durante a etapa de transporte.

O produto, agora com a pressão e o odor adequados, é distribuído pela rede de mil quilômetros de tubulações de aço de alta pressão para os quase 800 mil clientes residenciais e mil usuários corporativos que a Comgás tem em 67 municípios da região metropolitana de São Paulo, Campinas, Baixada Santista e Vale do Paraíba.

Todo o controle de entrada nos pontos de recebimento e na distribuição aos grandes clientes industriais é feito a distância, mediante um serviço de telemetria. Por esse serviço, as informações críticas como pressão, vazão, volume e odor do gás são transformadas em dados numéricos digitais e enviadas por um modem a uma estação central de controle por uma Unidade de Transmissão Remota (UTR). Na sala de controle os dados são comparados para ver se estão dentro dos parâmetros usuais. Em caso de anormalidade, uma equipe de técnicos é acionada imediatamente. Este procedimento garante a segurança da operação.

A Comgás está investindo para estender a toda sua rede os serviços de telemetria, nos quais já colocou R$ 15 milhões. Até 2001, a transmissão dos dados era feita por um sistema de cabos, um procedimento dispendioso e lento, que requeria a manutenção de várias equipes de campo para monitoramento da rede, segundo Erivelto Silva Moreira, coordenador da área. Em 2003 foi contratada a TIM, que oferecia a tecnologia Global Packet Radio Service (GPRS) nas redes de Global System Móbile (GSM), com grande cobertura. “Ganhamos no custo da ligação, na instalação, na redução do uso de mão de obra das equipes de controle”, diz Moreira. A principal vantagem, porém, foi poder “obter a informação a qualquer hora para corrigir problemas ou evitá-los”. No total, são 606 pontos monitorados, em comparação a 539 no ano passado.

Atualmente, 80% das estações de redução de pressão são controladas pelos serviços de telemetria. O objetivo é chegar a 100% no próximo ano. Clientes críticos, como hospitais, siderúrgicas, concessionárias de energia elétrica, indústrias de papel e petroquímica, são todos monitorados por telemetria.

Autor: Valor Econômico