Especialistas debaterão projetos

A construção de uma ligação seca entre as cidades de Santos eGuarujá será discutida na próxima segunda-feira, das 15 às 19 horas, durante o seminário Ligação pelo Futuro da Baixada Santista ¬ Túnel, Ponte ou Ambos? É hora de debater a questão, que será promovido pela Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos (AEAS) e pelo Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco). O encontro, a ser realizado na sede da AEAS, contará com a participação do secretário estadual de Transportes, Mauro Arce.

O evento buscará ampliar as discussões sobre o tema, a fim de encontrar a melhor solução técnica para ligar os municípios, levando em consideração os impactos nas atividades do Porto de Santos.

Os aspectos técnicos e os impactos arquitetônico, econômico e ambiental de cada solução serão apresentados pelo presidente do Sinaenco, o engenheiro José Roberto Bernasconi, e pelo presidente do Comitê Brasileiro de Túneis, Tarcísio Celestino, especialistas em túneis e pontes. Já o secretário Mauro Arce e o presidente da Codesp, José Roberto Correia Serra, vão analisar a futura ligação como indutora do desenvolvimento da Baixada Santista e do Estado.

Para os participantes do Comitê de Logística do Porto de Santos, que se reuniram na manhã de ontem, o encontro é uma oportunidade do segmento debater com especialistas o traçado do empreendimento. A AEAS fica na Rua Dr. Arthur Assis nº 47, no Boqueirão, em Santos.

PROJETO
O secretário estadual de Transportes defende a construção de uma ponte estaiada que seguiria da Ponta da Praia, em Santos, a Santa Rosa, em Guarujá, passando sobre a entrada do canal de navegação do Porto. A instalação de um túnel submerso foi descartada pois seu custo seria cinco vezes maior, segundo a autoridade paulista.

Em projeto preliminar apresentado em maio último, Mauro Arce informou que a ponte teria 2,8 quilômetros de extensão, incluindo as rampas de acesso, com elevações em 5% (subindo cinco metros de altura a cada 100 metros de extensão). A pista teria quatro faixas, ciclovias e calçadas, com uma largura de cerca de 20 metros e 70 metros de vão livre. O custo da obra seria de R$500 milhões.

O último debate sobre o assunto ocorreu na última reunião mensal do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), quando, pela primeira vez, a comunidade portuária e o Governo do Estado analisaram juntos a proposta de ligação seca. Na ocasião, a Prefeitura de Guarujá propôs uma mudança no traçado da ponte, pedindo que o elevado de acesso fosse retirado da Avenida Adhemar de Barros e construído sobre os terrenos nas proximidades do Rio Santo Amaro. Segundo a administração municipal, a primeira proposta seria inviável pois exigiria várias desapropriações.

Durante a reunião do CAP, Arce foi questionado sobre a altura do vão livre da ponte. Segundo o secretário, a empresa responsável pela elaboração do projeto básico — que está em fase de licitação — irá estudar as características necessárias para que não seja criado um limite aéreo ao tráfego de navios.
Conforme apurou A Tribuna, um vão de 70 metros impediria a chegada de portêineres transportados em navios, pois nestas condições é atingida a altura de 80 metros.

Autor: A Tribuna