Maceió não recebe navios e enfrenta crise sem precedentes

O Porto de Maceió (AL) está sofrendo de forma visível com os efeitos da crise econômica internacional. São poucos os navios que atracaram no cais do porto alagoano nos primeiros seis meses de 2009. Algumas das mercadorias mais movimentadas no ano passado sequer passaram por Maceió no período de janeiro a junho. Na maior parte das últimas semanas, o cenário é desolador. O cais não recebe embarcações e os trabalhadores não têm dinheiro nem para se deslocar até sua área de trabalho.

O caso mais emblemático é o da operação de cimento. No primeiro semestre de 2008, foram embarcadas 122 mil toneladas ao exterior – a maior parte tendo o continente africano como destino. Entretanto, no mesmo período deste ano, não houve nenhum carregamento da carga em Maceió. Segundo o gestor técnico operacional do Porto, Domício Silva, as quebras de contratos internacionais reduziram a demanda para a movimentação de cimento em todo o mundo.

Outra mercadoria forte na capital alagoana, o açúcar, também sofreu forte queda nestes últimos meses. A queda foi de 1 milhão e 35 mil toneladas nos seis primeiros meses de 2008 para 734 mil toneladas no mesmo período de 2009. Uma retração de 29%.

Cinco categorias de trabalhadores portuários dependem da movimentação no Porto de Maceió. A que mais sofre é a mais numerosa delas, a dos estivadores. Segundo o presidente do sindicato da categoria, João Epifânio dos Santos, a ausência de navios acarreta numa crise sem precedente em Maceió. “Estamos vivendo um dos piores momentos da história da estiva de Alagoas”. Ele lamenta estar impossibilitado de ajudar os membros de sua categoria e espera que a turbulência econômica se reverta rapidamente.

Website: www.portodemaceio.com.br

Autor: PortoGente