Transporte rodoviário diminui 8,3%, aponta NTC

Estudo levou em consideração oito aspectos da economia relacionadas ao setor

Um levantamento realizado pela NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) verificou que no primeiro trimestre deste ano o setor registrou uma queda de 8,3%. Conforme o estudo, é o segundo período consecutivo em que há recessão. Nos últimos três meses do ano passado, a pesquisa contabilizou 3,7% menos movimentações.

Conforme anunciado pela entidade, para chegar ao resultado foram analisadas oito áreas relacionadas ao transporte rodoviário de cargas. São elas: arrecadação de ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços) em São Paulo, movimento nas rodovias pedagiadas, consumo de diesel, produção industrial, consumo de energia elétrica dos setores industrial e comercial, produção de veículos, venda de caminhões e venda de implementos.

Para Lauro Valdívia, Assessor técnico da entidade, a crise ainda tem refletido muito sobre as movimentações. “Muitas empresas registraram redução no volume de importação e exportação, com isso, menos caminhões foram necessários para enviar cargas aos portos brasileiros, por exemplo. Embora esteja mais amena, ainda há reflexos da crise no Brasil”, argumenta. 

Segundo o especialista, um dos aspectos que revela essa redução é o consumo do diesel no País. “O volume do combustível comercializado pelas distribuidoras atingiu 9,9 milhões de metros cúbicos no período. Este número é 11,6% menor se comparado ao trimestre anterior”, pondera.

Além disso, de acordo com Valdívia, a ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias Rodoviárias) divulgou que o fluxo nas vias com pedágios caiu 10% no primeiro trimestre deste ano, em relação aos últimos três meses de 2008.

Outro fator que, embora em menor proporção, reflete sobre o setor no País, é a venda de caminhões e implementos. De acordo com a entidade, a busca por novos veículos indica necessidade de ampliação da frota para atender a demanda.

Segundo o estudo, no período analisado, os índices mostram uma retração – com quedas de 36,5% na produção, de 16,4% nas vendas internas de caminhões e de 8,1% na venda de implementos.

“Para se ter uma ideia de como o setor é afetado pelo desempenho da economia, no mesmo período, o PIB (Produto Interno Bruto), segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) registrou uma queda de 0,8%, sendo que a estimativa era de resultados positivos”, finaliza.

Autor: Webtranspo