Neste 12 de julho, Dia do Engenheiro Florestal, o país tem muito o que comemorar por essa profissão. Os engenheiros florestais brasileiros conseguiram desenvolver técnicas que se tornaram modelo para todo o mundo. O presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Florestal (SBEF), Glauber Pinheiro, atribui isso ao clima do país. “As plantas crescem mais rápido no Brasil”, explica. Por isso, tornam-se mais ágeis as pesquisas em plantio, melhoramento de sementes, escolha de espécie, fertilização, etc.
“Além de pesquisa, é preciso ressaltar que o Brasil tem condições mais favoráveis do que muitos países para competir no mercado mundial”, completa Glauber. “Produzimos cinco vezes mais que o concorrente em um mesmo espaço de tempo”. Para o coordenador suplente do curso de engenharia florestal da USP-Esalq, Fábio Poggiani, o Brasil tem uma das engenharias florestais mais desenvolvidas do mundo, em termos de técnica, de plantio, de produtividade e de qualidade dos produtos produzidos. “O Brasil é muito adiantado… Americano vem aprender com a gente”, brinca Poggiani.
Para Poggiani, o clima de otimismo em relação à Engenharia Florestal brasileira se expande para o mercado de trabalho. “O formado em Florestal tem uma gama bastante ampla de opções de atuação. Trabalho tem de sobra, principalmente na região Amazônia”, disse. Poggiani lembra que os produtos da engenharia florestal são responsáveis por 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. “A floresta, quando bem manejada, fornece uma quantidade de produtos que abre um mercado enorme, tanto no âmbito interno como na exportação. Isso gera uma quantidade de empregos em todos os setores: urbanos, florestais, etc”, completou.
Já o presidente da SBEF compartilha de outra opinião. Para Glauber Pinheiro, os beneficiados nessa parcela do PIB são os grandes grupos, as grandes empresas de celulose e madeira. “O pequeno empresário ainda precisa de mais investimento para conseguir se destacar”, afirma. Nesse contexto, Poggiani apresenta a possibilidade da consultoria em engenharia florestal. “O mercado também está bastante aberto para os pequenos, desde que mostrem sua competência. Tenho vários alunos que estão no mercado, atuando, com consultoria (viveiros, solos, adubação)”, completou.
De acordo com Glauber, os campos de atuação do profissional da engenharia florestal são vastos. Ele destaca três. “O engenheiro florestal que trabalhar com produção pode se especializar em florestas para siderurgia, celulose, carvão, indústria química e farmacêutica, enfim, só em produção o campo já é imenso”, disse o presidente da SBEF. Além do ensino e da pesquisa, ele mencionou também a área pública. “Em prefeituras e secretarias de Meio Ambiente pode-se trabalhar com projetos de arborização urbana, construção de estradas, manejo de bacias hidrográficas e, claro, o atual problema das mudanças climáticas”.
De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, no total há 85 institutos de ensino em engenharia florestal, entre universidades, centros universitários, faculdades integradas, faculdades, escolas, institutos e centros de educação tecnológica. Dessas, 87% são de ensino público, nas esferas municipal, estadual e federal. No Sistema Confea/Crea estão registrados 7.872 engenheiros florestais, além de 543 técnicos florestais. O primeiro curso de Engenharia Florestal no Brasil foi criado em 1960, em Viçosa (MG). Em 1964 a escola foi transferida para Curitiba (PR), quando formou sua primeira turma.
Autor: Assessoria de Comunicação do Confea