Obras começam em 2010

O presidente da Uniduto, Sérgio Van Klaveren, afirmou ontem que o alcoolduto ligando Sertãozinho, no Interior do Estado, até o Porto de Santos começará a ser construído em abril do próximo ano. 

O projeto está orçado em R$ 1,8 bilhão. Na primeira fase do empreendimento serão construídos 600 quilômetros de dutos, que ligarão as regiões produtoras do oeste paulista até os principais centros consumidores, como Campinas e São Paulo, e chegarão até Guarujá (margem esquerda do porto), onde ficará o terminal offshore da empresa, com capacidade de embarque de navios de grande calado. 

A Uniduto é um conglomerado formado por 12 grandes grupos do setor sucroalcooleiro do Brasil que operam 81 usinas, entre eles Copersucar, Cosan e São Martinho. 

Segundo Klaveren, cerca de 60% da capacidade do duto será utilizada pelos sócios e os outros 40% serão vendidos para terceiros. “O objetivo é de que o duto já esteja em funcionamento na safra 2011/12”. 

O executivo disse que a crise internacional e a consequente queda do petróleo não vão atrasar o cronograma de implantação do duto. “A demanda interna segue em expansão por conta da frota de carros biocombustíveis e as exportações, mesmoque mantidas no atual patamar, registrado em 2008/09, devem justificar a construção do duto porque mais de 80% do volume de etanol exportado neste período foi de produto dos sócios da Uniduto”. 

Além da exportação, o objetivo é utilizar o Porto de Santos como ponto de embarque para levar, por cabotagem, etanol produzido no Centro-Sul até o Norte/Nordeste, reduzindo de forma considerável o uso de transporte rodoviário. 

“Hoje cerca de 95% do transporte de etanol feito no Brasil é ainda através de rodovias, o que temum impacto considerável em seu custo e cria enormes gargalos logísticos. Com o alcoolduto, o Brasil pode ser ainda mais competitivo e levar até 6 bilhões de litros ao ano para o Nordeste”, disse o presidente da Uniduto. 

Etapas

Segundo Van Klaveren, a primeira parte do projeto já se encontra em fase de licenciamento ambiental e captação de recursos. O executivo não especificou o montante que virá dos sócios e o que está sendo captado através de “project finance”. Esta primeira fase do projeto incluiria uma rede de dutos ligando as cidades de Juquitiba (que possui ligação com rede ferroviária), Conchas (que possui ligação com rede hidroviária) e Paulínia. Esta rede seria cruzada por outro duto que ligaria Sertãozinho até Guarujá. “Uma segunda fase incluiria a construção de ramais secundários, que aproximariam ainda mais a rede principal de produtores”. 

O executivo participou, ontem, do seminário Exportação e Logística do Etanol, realizado em São Paulo.

Autor: Agência Estado