GDF Suez pode estudar investimento em energia nuclear no Brasil

Entrada no negócio depende de revisão das leis que restringem participação privada

A GDF Suez está disposta a estudar a possibilidade de investir no segmento de energia nuclear. Isso dependente apenas de uma disposição do governo brasileiro em abrir o negócio, hoje restrito ao estado, aos investidores privados. Segundo Gerard Mestraillet, presidente do grupo francobelga, a empresa tem o expertise, os recursos e a vontade para atuar em energia nuclear. “Se o governo decidir que há espaço para o setor privado, vamos estudar”, resumiu o executivo.

Mestraillet disse que o grupo, em 2004, decidiu participar da renascença da energia nuclear no mundo. Hoje, a GDF conta com sete usinas nucleares na Bélgica e está disputando projetos em Reunio Unido, em consórcio com Iberdrola; Romênia e Abu Dhabi. Uma das condições para participação do setor no Brasil está nas condições para a construção das usinas, que demandam mais tempo que as hidrelétricas.

O executivo reforçou a importância do Brasil para o grupo. “O Brasil é um showcase para nós”, afirmou. Mestraillet frisou que a empresa vai manter os investimentos aqui apesar da crise financeira internacional. Nesta quintafeira, 5 de fevereiro, a Tractebel Energia, subsidiária do grupo, vai inaugurar a usina de São Salvador (TO243 MW). “Queremos continuar nossos investimentos no Brasil”, ressaltou. A GDF Suez está envolvida na construção das usinas de Jirau (RO3.300 MW) e Estreito (MA/TO1.087 MW), dois dos maiores projetos de geração em construção no país, que juntos receberão investimentos de R$ 12,3 bilhões, incluindo a participação dos sócios.

Além desses projetos, a empresa está de olho em novas oportunidades como a energia eólica. A GDF Suez conta com dois parques eólicos no país: Beberibe (CE25,6 MW), já em operação, e Pedra do Sal (PI18 MW), este a ser inaugurado no próximo dia 13. No momento, o grupo está realizando estudos de vento para ter projetos para apresentar em possível leilão a ser realizado ainda este ano pelo governo. Há dez anos no país, o grupo já investiu cerca de R$ 10 bilhões.

O grupo, formado no ano passado, pretende investir em todo o mundo € 30 bilhões nos próximos dois anos. “Após o estouro da crise, nos reunimos e decidimos manter os investimentos porque temos uma visão de longo prazo e as bases estão mantidas”, observou Mestraillet. O executivo lembrou que a GDF Suez captou € 9 bilhões com a emissão de bonds no mercado europeu apenas cinco semanas após a quebra do banco Lehman Brothers, que agravou a crise financeira internacional.

Autor: Canal Energia