Recursos da Caixa não chegam às construtoras

De acordo com Secovi-SP, exigências da instituição têm gerado dificuldades para acesso à linha de crédito de capital de giro

A construção civil está tendo dificuldades para obter acesso aos R$ 3 bilhões disponibilizados pela linha de crédito de capital de giro oferecido pela Caixa Econômica Federal ao setor. O Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo) afirma que empresas não consideram a operacionalidade do serviço adequada. 

A linha tem como objetivo aumentar a disponibilidade de capital de giro a essas empresas e evitar uma paralisação das obras devido à crise internacional de crédito. A operação foi possível com a autorização do governo federal para que os bancos direcionem recursos do saldo da poupança para capital de giro às construtoras. Até então, as instituições financeiras eram obrigadas a aplicar 65% da poupança em financiamento imobiliário. Desde outubro, 5% desse montante podem ser repassados para capital de giro. 

Segundo João Crestana, presidente do Secovi-SP, as empresas informaram ao sindicato que a instituição financeira exige que imóveis sejam utilizados como garantias nos contratos. “Os empreendimentos já são financiados pelo FGTS ou SBPE. Então, não é possível utilizá-los para o capital de giro”, aponta. Para o presidente do Secovi-SP, o fato de o crédito ao capital de giro funcionar como o hipotecário, inviabiliza a tomada de empréstimo. “Acredito que a garantia deveria ser por títulos recebíveis”. 

Os juros dessa linha de crédito são definidos de acordo com a Taxa Referencial (TR) mais variação de 10% a 11% ao ano, a depender da avaliação que o banco fará das empresas interessadas. Uma das modalidades de crédito pode antecipar até 20% do custo da obra com carência durante o prazo de construção, que em média dura 18 meses com retorno previsto para até 24 meses depois de concluída a obra. A outra é com base na carteira de recebíveis de imóveis e o limite de financiamento é de até 70% da carteira, com prazo de até 60 meses. “A taxa é adequada, mas poderia ser melhor”, considera Crestana. 

Outra crítica está no prazo de validade da autorização, 30 de março. “Esse prazo é muito pequeno”, afirma o presidente do Secovi-SP, que considera o valor de R$ 3 bilhões um montante bom para a primeira alavancagem no setor. A linha passou a ser oferecida no dia 2 de dezembro quando a MRV e a Goldfarb assinaram contratos no valor de R$ 2 milhões.

Autor: PINIWeb