Crise leva concessionárias a esperar crescimento bem menor neste ano

A crise global fez concessionárias que atuam na região de Ribeirão Preto preverem estagnação ou baixo crescimento no tráfego de veículos neste ano. 

Na Tebe, por exemplo, os investimentos serão mantidos, segundo o diretor-presidente Linomar Barros Deroldo, mesmo com a estagnação do tráfego de veículos.
“Devemos manter 2008 ou, sendo otimista, [crescer] no máximo 1%. É o cenário que trabalhamos”, disse Deroldo. Ele afirmou que o tráfego teve redução em novembro, mas se recuperou no mês passado. “Vamos aguardar este mês. Algum efeito vai ter, mas esperamos que seja minimizado”, disse o diretor-presidente. 

As concessionárias historicamente trabalham tendo como previsão média a alta do PIB (Produto Interno Bruto), mas isso não deve ocorrer este ano.
“Como estamos em economia regional, achamos que devemos ter o pé no chão. Se for melhor [que 1% de alta], ótimo, afrouxa o cinto”, disse. 

Já o diretor de operações da Triângulo do Sol, Otávio Figueiredo, disse que, no último trimestre, o crescimento ficou abaixo do resultado obtido ao longo do ano em virtude da retração econômica provocada pela crise global. 

“Esperamos retração para o primeiro semestre por causa da crise que já afeta o Brasil. Isso poderá diminuir o fluxo de veículos nas três rodovias, mas não é possível estimar em que proporção”, disse, por meio da assessoria da empresa. 

Helvécio Tamm, diretor-superintendente da Vianorte, afirmou que o decréscimo no tráfego já ocorreu em dezembro e está sendo sentido também neste mês. 

“Não tenho dúvida nenhuma de que isso é resultado da queda na movimentação de veículos comerciais. Isso representa uma redução importante na economia. Para este ano, a expectativa era crescer 4%, mas temos que aguardar. O que a gente ouve é que até março devemos ter perspectiva grande de decréscimo na economia. Até lá, aguardamos redução no tráfego.” 

O diretor-presidente da Autovias, Angelo Rizzieri de Souza Ferreira, disse que ainda não há perspectiva para este ano. “Não há nada que permita fazer análise desse tipo. Temos que esperar até março ou abril para ter uma visão mais clara do que vai ocorrer”, disse.

Autor: Folha de S.Paulo