Teve início, na última semana, a dragagem emergencial do Rio Itajaí-Açu, canal de acesso ao Porto de Itajaí, em Santa Catarina. O serviço deve ser concluído em três meses, segundo o consórcio escolhido pela Secretaria Especial de Portos (SEP) para realizar a obra.
A draga que iniciou o desassoreamento do rio foi a Hang Jun 3001, capaz de levar 3 mil metros cúbicos de lama. A embarcação chegou ao complexo na madrugada do último dia 30, data-limite dada pela SEP para o começo dos trabalhos, sob pena de o ministro dos Portos, Pedro Brito rescindir o contrato.
A segunda e maior embarcação, de 13 mil metros cúbicos, a XinHai Hu, chegou ao complexo marítimo na manhã de quinta-feira para auxiliar no serviço de dragagem.
De acordo com o gerente de Engenharia da DTA, empresa que integra o consórcio selecionado para o serviço, Hailton Siqueira, o trabalho começou pelo canal externo do porto trecho da costa em frente à foz do rio – a pedido da Autoridade Portuária de Itajaí. Ele explicou que o local foi um dos mais afetados pelas chuvas do último mês, apresentando bancos de areia por quase toda a sua extensão.
As chuvas levaram terra e lixo para o fundo do rio, provocandoa redução daprofundidade de 11 metros, em média, para até sete metros.
Siqueira explicou que, até a última sexta-feira, os dois equipamentos estavam dragando a área externa. Porém, após uma inspeção realizada na parte interna para verificar a situação da região, que conta com os três berços desmoronados pelas chuvas, foi possível desviar a embarcação de 3 mil metros para o local, dando início à segunda etapa do planejamento, que inclui a retirada de sedimentos do berço zero.
Siqueira mencionou ainda que a terceira draga, de 5 mil metros cúbicos, deve chegar em até 15 dias úteis ao complexo e também trabalhará na área interna do porto.
De acordo com o representante da DTA, a definição dos próximos passos do serviço, bem como a discussão de outros assuntos técnicos, acontecerá hoje, durante reunião entre representantes do consórcio chinês e da SEP.
O berço zero foi construído recentemente pelo Terminal de Contêineres do Vale do Itajaí (Teconvi) e está aguardando apenas a dragagem para entrar em atividade.
Atualmente, o porto opera com o berço 4 ¬ único que permaneceu intacto após as chuvas. Esse ponto de atracação tem recebido, desde a última semana, embarcações de longo curso, já que o canal de acesso ao porto passou de sete para 8,4 metros de profundidade.
O avanço foi possível devido à utilização de dragas de manutenção da própria administração portuária, o que permitiu a retirada de sedimentos do fundo da via. Segundo a administração do porto, os equipamentos contam com jatos de água que fizeram a limpeza dos pontos assoreados.
Já as dragas que chegaram ao terminal são auto-transportadoras e permitirão que o Rio Itajaí-Açu retorne aos seus 11 metros originais de profundidade.
Segundo Siqueira, a intenção é que, simultaneamente à realização do serviço, as áreas dragadas já permitam o acesso a navios de maior calado.
A estimativa do consórcio é que o trabalho seja concluído em 90 dias, apesar de o contrato de R$ 17,5 milhões, firmado com a empresa, prever que o serviço seja finalizado em 120 dias. No total serão removidos 3,8 milhões de metros cúbicos de sedimentos.
A dragagem emergencial do porto contará com recursos da MP 448, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que destinou R$ 350 milhões para a recuperação do complexo catarinense.
Obras
A Secretaria Especial de Portos (SEP) cancelou, na última terça-feira, a consulta emergencial para a seleção das empresas que irão reconstruir os berços do Porto de Itajaí (SC), destruídos pelas chuvas de novembro passado. O processo foi cancelado devido ao alto valor apresentado pelas companhias para a execução do serviço. A SEP já lançou uma nova consulta a 20 empresas e deve abrir os envelopes com os orçamentos na próxima quinta-feira.
Autor: A Tribuna
