O setor de máquinas e equipamentos para construção cresceu 46% em 2008. O segmento deverá comemorar as vendas de 50.411 unidades neste ano, contra 34.511 de 2007, segundo levantamento da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção). Em unidades, foram vendidos 20.072 caminhões rodoviários, seguidos pelos caminhões betoneiras (5.940).
De acordo com Brian Nicholson, responsável pelo estudo dos dados referentes a 2008, o resultado pode ser atribuído ao crescimento econômico, ao aumento dos investimentos públicos e à disponibilidade de crédito ao longo do ano. Mesmo com a crise financeira atual, a Sobratema estima que 2009 também apresentará bons resultados.
Num cenário mais pessimista, espera-se para o próximo ano retração de 5,1% – o equivalente a 47.845 unidades vendidas. Para isso, no entanto, deverá ocorrer uma conjunção de fatores como a continuidade da falta de liquidez internacional e do crédito imobiliário, aumento de taxa de juros, baixos investimentos em infra-estrutura e, no setor petroquímico, desaceleração na mineração e na economia chinesa.
Projeção mais otimista aponta crescimento do setor em 5,1% e, num cenário intermediário, há estimativa de retração de 1,1%, o equivalente à venda de 49.842 unidades.
De acordo com o professor da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), Rubens Sawaya, coordenador de projeção futura da pesquisa, a infra-estrutura deverá ser a principal responsável por manter o patamar de crescimento do setor de máquinas da construção. “Ainda que haja uma leve retração por outros mercados, existe uma carência gigantesca de infra-estrutura no Brasil que deverá ser atendida”, avalia.
De imediato, o analista considera que a mineração e a agricultora serão as áreas mais afetadas pela crise. “Havia uma pressão de demanda especulativa no Mercado de Futuros, principalmente por causa da China. Não acredito que as commodities atingirão os altos valores praticados recentemente”, afirmou.
Construtoras vão às compras
O diretor de Suprimentos da Andrade Gutierrez, Mário Humberto Marques, avaliou que os projetos para obras de infra-estrutura da empresa não foram afetados pela atual crise econômica. “Devemos investir R$ 60 milhões em modernização de equipamentos em 2009. Esse valor pode chegar até mesmo a R$ 100 milhões, dependendo do mercado e da necessidade de expansão do nosso parque”, diz. A empresa pretende adquirir principalmente novos guindastes. “Recebemos oferta de vários guindastes de 40 toneladas, estamos avaliando”.
A oferta de equipamentos vai na contramão do cenário de poucos meses atrás, quando construtoras reclamaram fortemente da falta de equipamentos. “Chegamos a negociar guindastes durante um ano.
Acabamos de conseguir seis deles. Além da demanda, havia muitos atravessadores que com a crise optaram por cancelar os pedidos, disponibilizando os equipamentos”, disse Afonso Mamede, diretor de equipamentos da Construtora Norberto Odebrecht e presidente da Sobratema. “Agora, conseguimos comprar direto da fábrica”, diz..
No entanto, Mamede observa que a demanda atual ainda é maior que a oferta.
Autor: PINWeb