O secretário de Estado da Habitação e presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), Lair Krähenbühl, apresentou ontem, dia 25, durante a abertura do 3º Salão Imobiliário de São Paulo, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, o novo modelo habitacional adotado pela Companhia. O padrão arquitetônico utilizado incorpora conceitos do Desenho Universal, estabelecidos para facilitar a vida de pessoas com deficiência temporária ou permanente, crianças, idosos, gestantes e obesos.
Para viabilizar o projeto, foi assinada uma resolução conjunta entre a Secretaria da Habitação e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em evento realizado ontem à tarde no Memorial da América Latina. Um decreto do Governo do Estado instituindo a adoção dos princípios nos projetos da CDHU deverá ser assinado.
O Desenho Universal é um conjunto de conceitos que propõe um espaço com uso democrático para todas as pessoas, inclusive aquelas com deficiência provisória ou permanente. “É uma ação pioneira do Governo do Estado, utilizar esses princípios como política pública em habitações de interesse social”, explicou o secretário Lair Krähenbühl. Segundo ele, a iniciativa vai garantir atendimento mais adequado a todos.
“Vamos privilegiar o desenho universal para atingir a população da forma mais ampla possível e construir moradias para toda a vida das pessoas”, afirmou o secretário.
As novas casas terão banheiros maiores com barras de apoio na porta, próximas ao sanitário e ao chuveiro, e vãos de portas e corredores ampliados para 90 cm, o que permite a passagem de cadeiras de rodas e maior mobilidade para pessoas com restrições motoras. Tomadas, interruptores de luz, pias e janelas serão adaptados com altura adequada a todos os usuários.
Campainhas com sinais sonoros e luminosos para deficientes auditivos ou visuais, pisos antiderrapantes e com diferença de textura também serão mudanças incorporadas ao projeto. As áreas comuns do condomínio passam a ter rampas de acesso e faixas elevadas para a travessia de ruas.
“Não adianta apenas fazer habitação. Temos que pensar no contexto de acessibilidade para total inclusão”, comentou o secretário Lair Krähenbühl.
As moradias construídas pela Companhia atualmente já contam com três dormitórios, revestimento cerâmico no piso de todos os cômodos, azulejos na cozinha e banheiro, pé direito mais alto, aquecimento solar da água do chuveiro e laje.
Essas melhorias incorporadas em 2007 visam proporcionar maior qualidade de vida aos beneficiados. “As novas casas com base no Desenho Universal vão refletir o que há de melhor em conceito de habitação popular”, disse o secretário Lair Krähenbühl.
A secretária estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Rizzo Battistella, disse que a iniciativa vai garantir o direito de cidadania às pessoas vulnerabilizadas pelas diferenças sociais.
“Acessibilidade é remoção de barreiras. Essa parceria mostra o desejo do poder público de construir uma sociedade inclusiva por meio de um novo modelo de atendimento”, declarou a secretária. O acordo assinado entre as secretarias estabelece a criação de um grupo de trabalho para estabelecer prioridades, verificar condições e critérios para aplicar o conceito em todos os projetos da CDHU.
“Uma comissão será formada por representantes das duas secretarias e do Conselho Estadual para Assuntos das Pessoas com Deficiências para destacar os pontos mais importantes a serem observados no momento de executar o projeto”, explicou a secretária Linamara Battistella.
O atendimento a famílias com portadores de deficiência é realizado pela CDHU desde 1996, antes mesmo da instituição da reserva de 7% das moradias a este grupo social, conforme disposto na Lei Estadual 12.907/08. Essa medida é uma forma de garantir atendimento a famílias de baixa renda que tenham pessoas com deficiência física ou mental. Por apresentarem situações especiais, elas sofrem ainda mais com a exclusão do mercado imobiliário.
O Desenho Universal teve origem em 1987 com os trabalhos do arquiteto americano Ron Mace, que utilizava cadeira de rodas e dependia de um respirador artificial.
Ele percebeu a necessidade de aproximarmos as coisas que projetamos e produzimos tornando-as utilizáveis para todas as pessoas, na maior extensão possível. Surgiu então um conjunto de princípios, mundialmente adotados e confirmados no Brasil, quando da realização da Conferência Internacional sobre Desenho Universal
“Desenhando para o século XXI”. Esse evento resultou em várias contribuições para o tema, entre elas o conceito “Desenvolvimento Inclusivo e Sustentável”.
Autor: Assessoria de comunicação CDHU