Estudos vão definir recursos para trem-bala

O governo só vai decidir se participará com recursos na construção do projeto do trem de alta velocidade, trem-bala, depois de concluídos os estudos sobre a avaliação de demanda e traçado. “Os estudos complementares é que vão dizer se precisaremos colocar dinheiro e quanto”, disse a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao Valor. Nos demais países, a implantação teve participação do Estado, facilitando empreendimentos imobiliários nas principais estações, ou assegurando um teto tarifário até que o investimento comece a dar retorno. Reembolsado do valor aplicado, o Estado sai do empreendimento, diz Dilma. 

Ela já conversou com empresários japoneses e coreanos e o secretário-executivo dos dos Transportes, Paulo Sérgio Oliveira Passos, estava semana passada na Europa, para falar com franceses e alemães. A ministra assegura que todos estão muito empenhados em participar do empreendimento. 

“Os países estão vendo que somos 200 milhões de consumidores. Se nós nos inclinarmos por uma tecnologia, muito provavelmente as demais obras dessa natureza serão com essa tecnologia, fazendo do Brasil, portanto, uma plataforma para buscar outros mercados”, acena a ministra, citando a possibilidade de o país ter outros projetos de trem de alta velocidade ligando outras capitais. Isso é é que explicaria a mobilização dos japoneses que disseram à Dilma Roussef, recentemente, quando ela esteve em Tóquio, ” nós não perdemos essa licitação”, relatou. 

Até setembro, o BNDES deverá concluir os estudos de demanda e de traçado. Também em setembro será divulgado o traçado básico e declarada a área de utilidade pública. Em outubro deverá estar concluída a modelagem de transferencia de tecnologia e o termo de referência do Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto no Meio Ambiente (EIA-Rima). 

Até novembro, a ministra espera ter a demarcação de área para desenvolvimento imobiliário. As audiências públicas devem começar em dezembro, a avaliação do TCU está prevista para janeiro, quando tambem deve ser publicado o edital para, em março ser realizado o leilão. O custo da obra é estimado em US$ 8 bilhões a US$ 9 bilhões.

Autor: Valor Econômico