Bueiros, aterros sanitários, fundo dos rios e mares. Estes são os destinos mais comuns para as sacolas de plásticos que levam cerca de 100 anos para se decompor. Entretanto um grupo de pesquisadores do Instituto de Macromoléculas Professora Eloísa Mano da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) deu um novo destino para os sacos plásticos, a madeira plástica Imawood.
Para o meio ambiente as vantagens são claras. As sacolas são fabricadas a partir de uma resina sintética derivada do petróleo, o polietileno de baixa densidade (Pebd). Para produzir uma tonelada de plásticos são necessários 1.140 kw/hora – quantidade de energia equivalente a utilizada para iluminar 7600 residências com lâmpadas econômicas por 1 hora.
Os sacos plásticos não apenas consomem muita energia para serem produzidos. Após serem utilizados, eles contribuem para a poluição do meio ambiente. No Brasil, são usadas cerca de 750 milhões de sacolas por mês. E elas já representam 9,7% de todo o lixo produzido no país.
Além de diminuir a quantidade de sacolas plásticas que vão para o lixo, a madeira plástica apresenta diversos benefícios. Ela não é ataca por cupim e não é preciso usar produtos químicos para aumentar sua vida útil. O Imawood pode ser trabalhado como madeira comum. Pode ser aplainado, aparafusado, cortado, serrado.
A professora Elen Pacheco apenas lamenta a dificuldade em ter acesso aos sacos plásticos, devido a pequena quantidade de programas de coleta seletiva no Brasil.
A professora Elen Pacheco fala sobre os benefícios da madeira, confira:
O GLOBO ONLINE: Como é o trabalho para a produção de madeira plástica (Imawood) que vocês desenvolvem?
ELEN PACHECO: Procuramos trabalhar com a reciclagem somente de resíduos, assim a madeira plástica desenvolvida no Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano, IMA, é constituída de material pós-consumo, sendo o principal o plástico. Também podem ser usadas cargas em sua composição, como exemplo têm-se as fibras naturais, preferencialmente pós-consumidas. Alguns exemplos de cargas são a fibra de coco e resíduos da agricultura.
Como surgiu esta idéia?
ELEN: O plástico, material de origem não-renovável, apresenta um excelente potencial de uso e é descartado em aterros. É gasta grande quantidade de energia para produzir um artefato que será enterrado após o seu uso. Assim, o estudo de madeira plástica surgiu a partir da preocupação em aumentar o ciclo de vida de plástico pós-consumo, produto de origem fossíl e minimizar os problemas referentes ao descarte inapropriado.
Como o IMAWOOD é produzido? O que é necessário para fazê-lo?
ELEN:O estudo do IMAWOOD exige o conhecimento nas áreas de misturas poliméricas e de processamento de polímeros, o que permite o seu desenvolvimento dentro dos laboratórios. Para a sua fabricação industrial também exige-se a avaliação de toda a cadeia industrial da reciclagem, que engloba a coleta, identificação de plásticos, moagem, lavagem, processamento e comercialização. O IMA tem tecnologia para avaliação e desenvolvimento dessa cadeia produtiva, contudo esbarra em uma grande dificuldade, a falta de programas de coleta seletiva no Brasil. Infelizmente, a maior parte dos resíduos potencialmente recicláveis são encaminhados para lixões ou aterros controlados.
Quais os benefícios do produto?
ELEN: As vantagens do produto são: pode ser trabalhado como uma madeira comum (aplainado, aparafusado, cortado, serrado), não é atacado por cupim, não há necessidade de usar produtos químicos para aumentar a sua vida útil, pode ser moldado de diferentes formas e cores.
Quais as diferenças entre o IMAWOOD e a madeira geralmente utilizada para fabricação de móveis?
ELEN: A diferença está no fato que o IMAWOOD é fabricado com material pós-consumo e a madeira natural provavelmente veio de uma árvore da floresta Amazônica.
Qual a quantidade de sacos plásticos utilizados para produzir (e quanto) a madeira plástica?
ELEN: Geralmente as peças produzidas a partir de madeira plástica são um pouco mais pesadas que aquelas produzidas de madeira natural. A densidade da madeira natural é da ordem de 530-1000kg/m3 e da madeira plástica é 700-1400kg/m3.
Quais os benefícios desta prática para o meio ambiente?
ELEN:Os benefícios gerados com a fabricação de madeira plástica são muitos, entre eles, decréscimo da necessidade de cortes de árvores, aumento da vida útil dos aterros, geração de empregos diretos e indiretos.
Há indústrias utilizando este material? Já podemos encontrar esta madeira no mercado?
ELEN: Existem cerca de 5 unidades que estão produzindo madeira plástica no Brasil, localizadas principalmente na região sudeste e sul do país, maior mercado consumidor.
Produção de Tupi equivalerá a cerca de 30% do total do Brasil
Nessa primeira fase de desenvolvimento do mega-campo deverão ser instalados entre cinco e seis navios-sonda com capacidade de cem mil barris diários cada um.
A área de Tupi produzirá pelo menos 500 mil barris diários de petróleo de 2015 a 2020. A quantidade é equivalente a cerca de 30% da produção atual do país (1,85 milhão de barris diários). Os números foram divulgados pelo diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella.
Nessa primeira fase de desenvolvimento do mega-campo deverão ser instalados entre cinco e seis navios-sonda com capacidade de cem mil barris diários cada um.
Estrella evitou falar sobre os investimentos mas informou que os 12 poços necessários para testes de reservatório e o projeto-piloto de Tupi custarão US$ 1 bilhão. A empresa também terá que encomendar uma plataforma para o projeto-piloto e construir um gasoduto para escoar a produção. O custo total pode superar US$ 2 bilhões.
Autor: O GLOBO ONLINE