Numa parceria inédita entre a USP e a Universidade de Oxford, na Inglaterra, três tecnologias brasileiras foram apresentadas para empresas da comunidade européia no site da Agência de Inovação da Instituição britânica.
Os projetos envolvem produção de biodiesel, terapia fotodinâmica do câncer e a fabricação de lubrificantes industriais à base de óleo de mamona. O intercâmbio entre as Universidades aconteceu por meio de suas agências de inovação.
Estiveram em Oxford três agentes de inovação da USP, convidados e custeados pelo governo britânico – Flávia do Prado Vicentin (Ribeirão Preto), Leonardo Augusto Garnica (São Carlos), e Daniel Marcelo Dias Entorno (Piracicaba). Os brasileiros levaram informações sobre dez tecnologias desenvolvidas nos laboratórios da USP, para troca de informações sobre processos de gestão e conheceram as políticas e processos operacionais da agência inglesa.
A ISIS Innovation Ltd. auxilia os professores na gestão dos projetos de consultoria prestados e trabalha com instituições e empresas no processo de gestão da propriedade intelectual, transferência de tecnologia e criação de novos negócios (spin-outs). Mesmo sendo uma empresa privada, com gestão e procedimentos empresariais, a ISIS Innovation é 100% pertencente à Universidade de Oxford.
Divulgação pública das tecnologias
Dos dez projetos apresentados, oito foram escolhidos para aperfeiçoamento de documentos e orientações quanto ao processo de comunicação com o público externo, onde é traçado um perfil da tecnologia.
Também foram elaboradas listas com potenciais parceiros empresariais, no segmento relativo ao domínio da tecnologia apresentada. Ao final desse processo, três tecnologias brasileiras foram apresentadas a ISIS Enterprise, braço da ISIS Innovation que trabalha com instituições e empresas.
O perfil elaborado para cada tecnologia passou a fazer parte do site da ISIS Innovation, como oportunidade de licenciamento. “Neste período também tratamos de questões sobre valoração de tecnologia e formas de aproximação e relacionamento com potenciais empresas interessadas no licenciamento das tecnologias, marketing de tecnologias e spin-outs, tendo sido discutido um modelo possível para a USP”, conta Flávia Vicentin.
O professor Oswaldo Massambani, diretor da Agência USP de Inovação, acompanhou os agentes na primeira semana em Oxford. “Além do treinamento para aprender um dos melhores processos de gestão de transferência de conhecimento, havia ainda o objetivo de colocar as tecnologias desenvolvidas na USP aos olhos da Europa, e Oxford foi nossa janela”, destaca.
Biodiesel
O perfil do biodiesel elaborado pelos especialistas da ISIS, disponível no endereço: www.isis-innovation.com/licensing/70638.html, informa que um grupo de pesquisadores do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) desenvolveu um novo processo de produção do combustível, com a criação de um novo catalisador. O método apresenta maior rendimento, com redução de custos de produção, e baixa formação de subprodutos indesejáveis.
“A tecnologia já está madura o suficiente para ser transferida ao mercado, havendo o interesse de uma empresa em adquiri-la”, revela o professor Miguel Dabdoub, coordenador da pesquisa. “Ao mesmo tempo, uma segunda empresa negocia para viabilizar o investimento de um fundo de capital inglês na USP no sentido de construir uma unidade piloto que possibilite a demonstração em escala industrial, de forma a valorizar mais a tecnologia e a competitividade”.
Droga inteligente para tratamento do câncer
O projeto 70640 (www.isis-innovation.com/licensing/70640.html) traz um novo fármaco-transportador, um sistema de administração do agente fotossensível para o tratamento de câncer de pele, com redução de efeitos secundários. Com essa apresentação, os europeus conheceram o trabalho do grupo liderado pelo professor Antonio Cláudio Tedesco, da FFCLRP, que tem se dedicado ao desenvolvimento contínuo de novas terapias para o tratamento do câncer.
Lubrificante de mamona
Sobre a nova formulação de compostos derivados do óleo vegetal de mamona, pesquisa coordenada pelo professor João Fernando Gomes de Oliveira, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), o site da ISIS Innovation (www.isis-innovation.com/licensing/70639.html) diz ser caracterizado pela eficiência como lubrificante para aplicações industriais, especialmente nos processos de corte.
Autor: Assessoria de imprensa USP