O deságio verificado no leilão da hidrelétrica de Jirau provoca uma falsa ilusão de que os preços da energia vendida no Brasil estão baixos e deixa uma conta a ser paga pela indústria.
A avaliação é de Ricardo Lima, presidente da Abrace, associação que reúne os grandes consumidores industriais de energia. Segundo ele, o que garante o preço de R$ 71,40 por MWh de Jirau é uma espécie de subsídio cruzado, bancado por quem busca suprimento no mercado livre.
Essa tarifa vale para as distribuidoras que compraram energia de Jirau na licitação e vão repassar esse suprimento para o mercado regulado, formado por consumidores residenciais e comerciais. Os grupos encarregados de construir e operar as duas usinas do Madeira vão negociar no mercado livre 30% de toda a produção.
Além disso, poderão aproveitar a antecipação do cronograma para vender às grandes indústria a energia produzida antes dos prazos definidos pelo governo.
Autor: Valor Econômico