Em até 30 dias, a administradora de concessões rodoviárias CCR assina o contrato de operação do trecho Oeste do Rodoanel. Até lá, espera concluir as negociações com um fundo de investimento estrangeiro na Sociedade de Propósito Específico (SPE) criada para administrar o trecho Oeste. Ao vencer o leilão, a CCR anunciou que buscava parceiros interessados em ficar com até 40% do capital da nova empresa, o equivalente a R$ 250 milhões.
O prazo também servirá para que a CCR conclua a estrutura de financiamento para a operação – montante de R$ 2 bilhões de outorga, além de R$ 800 milhões em investimentos em melhorias viárias e de infra-estrutura. Os nomes dos bancos envolvidos não foram divulgados pela companhia. “As negociações estão avançadas”, afirmou Renato Vale, presidente da CCR.
Por enquanto, o consórcio Integração Oeste – formado pela CCR (95%) e Encalso (5%) – garantirá sozinho o pagamento dos R$ 200 milhões correspondentes à primeira parcela da outorga fixa, de R$ 2 bilhões, exigidas pelo governo de São Paulo. A CCR também já havia contratado dois empréstimos-ponte, de R$ 650 milhões cada um, com o banco UBS Pactual para fazer frente aos investimentos iniciais.
No dia seguinte à assinatura do contrato de concessão com a Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp), a CCR já assumirá integralmente a operação da via de 32 quilômetros de extensão, por onde passam diariamente 145 mil veículos e que une os dois sistemas operados pela CCR (das rodovias Anhangüera-Bandeirantes e Castelo Branco-Raposo Tavares), além da rodovia Régis Bittencourt, que será operada pela espanhola OHL. A CCR também dará início à construção das cabines de pedágio, a serem instaladas nas saídas do anel viário. A intenção é iniciar a cobrança até o fim do ano.
A assinatura do contrato será realizada com cerca de um mês de atraso. A CCR apresentou a menor proposta de cobrança de pedágio – de R$ 1,16 – no leilão de concessão organizado pelo governo de São Paulo no dia 11 de março. O resultado do processo, porém, foi contestado na Artesp pelo segundo colocado do leilão, o consórcio Metropolitano. O grupo – formado por BR Vias, Cibe e Odebrecht – havia oferecido uma proposta de pedágio de R$ 1,26. Após processo administrativo, a agência reguladora ratificou a vitória da CCR.
O trecho Oeste do Rodoanel será a primeira operação a adotar a nova identidade visual da empresa. Desde que foi criada, há quase dez anos, a marca CCR era exposta de forma discreta. Agora, o logotipo ganha destaque, ao lado do nome das concessionárias sob sua administração – Ponte, NovaDutra, ViaOeste, ViaLagos, Rodonorte, Autoban e Via Oeste. As mudanças farão parte de uma campanha institucional em todo o Brasil.
O material será veiculado em revistas semanais, rádio, TV aberta e por assinatura e jornais, e foi elaborada pela MPM. A campanha faz parte de uma estratégia de comunicação prevista para durar três anos. “Queremos mostrar aos usuários os benefícios gerados pelo pagamento de pedágio e que as rodovias são um condutor de desenvolvimento sócio-econômico”, disse Vale.
Autor: Folha de SPaulo – Patrícia Nakamura