O novo modelo habitacional, baseado no desenho universal das moradias da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), foi apresentado na Reatech (Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade). O conceito tem parâmetros para projetos que permitem, inclusive a portadores de deficiência física, utilizar a habitação e os espaços coletivos e públicos confortavelmente.
A iniciativa surgiu da parceria entre a AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura) e a Secretaria do Estado da Habitação, que haviam assinado em março um Protocolo de Intenções. “A assinatura do Protocolo entre a AsBEA e a Secretaria de Habitação é um importante trabalho de desenvolvimento de um convênio que pode abrir portas para definição de modelos de habitação popular no seu sentido mais amplo e não apenas mais barato”, afirma o arquiteto José Eduardo Tibiriçá, vice-presidente de Relações-institucionais da AsBEA.
No evento, realizado entre 24 e 27 de abril, uma maquete eletrônica permitia que os visitantes percorressem todos os cômodos do projeto com uma cadeira de rodas controlada por um joystick. Uma animação, sem interação, também mostrava o deslocamento de cadeirantes. “Esse ainda não é o padrão definitivo. Utilizei o novo padrão de 3 dormitórios com 51 m² da CDHU e fiz pequenas adequações”, diz Silvana Cambiaghi, arquiteta responsável pelo projeto e especialista em Acessibilidade Universal. A arquiteta informou que não houve mudanças nas áreas das dependências. “Houve apenas aumento de 1 m² do dormitório de casal”.
Uma das modificações foi a adoção de portas e corredores com 80 cm de largura, contra os 70 cm utilizados anteriormente e que impediam a passagem de cadeiras de rodas. “A cozinha ficava muito estreita com os armários. Repensei essa questão”, disse Silvana. O layout dos banheiros também foi modificado. Segundo a especialista, chuveiro, pia e assento sanitário foram realocados para facilitar a circulação. Isso permitirá a fixação de barras de apoio na porta, próximas ao sanitário e ao chuveiro para deficientes.
Outras adaptações estão relacionadas à altura dos interruptores, que se localizarão a 1 m do chão, e também das tomadas, a 40 cm. O uso de piso antiderrapante, maçanetas e metais alavancas também são outras novidades que facilitam a acessibilidade da unidade. Haverá, ainda, rampas de acesso na entrada do edifício e as guias das calçadas ao redor do conjunto habitacional serão rebaixadas. “A idéia é que todos os empreendimentos da CDHU sigam esse padrão. Não será específico para deficientes ou idosos, quem se mudar terá facilidade para se locomover ou adaptar a unidade para isso”, finaliza Silvana.
Autor: PINIweb – Rafael Frank