O grupo brasileiro WTorre e o francês Accor anunciaram ontem a formação de uma joint venture para a construção de 20 hotéis no Brasil, em 11 cidades. O investimento, de R$ 500 milhões, será dividido em 80% para o WTorre (custos de terreno e construção) e 20% para o Accor (equipamentos e gestão dos hotéis). As obras começam em dois meses e devem ser entregues até 2011.
A previsão é que sejam construídos 13 hotéis da marca Ibis e 7 da marca Formule1, respectivamente as bandeiras econômica e supereconômica do Accor. “Esse nicho tem taxas de ocupação excelentes no Brasil, e mesmo com uma possível retração do mercado devido à crise internacional, a hotelaria econômica é a que menos sofre”, diz Gilés Pelisson, diretor mundial do grupo francês. “Pode-se dizer que a ocupação se mantém, muda o ocupante.” Segundo a empresa, as duas redes tiveram ocupação acima de 76% no ano passado. O grupo pretende operar com uma diária média de R$ 130 para o Íbis e R$ 100 para o Formule 1.
“Buscamos cidades onde há necessidade de uma opção econômica para as pessoas que por lá passam”, diz Pelisson. Devem ser construídos quase 5 mil quartos divididos entre as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Palmas, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Luís. “Até 2010 já estarão quase todos prontos e ficam possibilidades em aberto para mais projetos no Brasil e até no exterior”, diz o presidente do grupo WTorre, Walter Torre Jr. Os grupos não descartam trabalhar juntos na Argentina, na Colômbia e no Chile. O primeiro hotel da joint venture deve ser construído na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde a WTorre já possui terreno.
O Brasil é um dos países onde o Accor espera o maior crescimento da hotelaria econômica, junto a China e Índia. Ao avaliar o negócio global da empresa francesa (econômicos, midscale e luxo), a América Latina concentra 9% dos novos quartos que serão construídos até o fim da década, à frente dos Estados Unidos e Canadá (4%).
Torre avalia que nos próximos três anos a WTorre gere de 2,5 mil a 3 mil postos de trabalho para concluir a construção dos 20 hotéis. Após esse período, cerca de mil pessoas devem trabalhar diretamente nos empreendimentos em funcionamento. “Estamos treinando funcionários na Academia Accor para traalharem nps novos hotéis. Para a maioria, será o primeiro emprego: a média de idade são uns 22 anos, até menos”, diz o diretor da Accor na América Latina, Firmin António.
Autor: O Estado de S Paulo – Ana Paula Lacerda