Convênio assinado entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) vai monitorar a qualidade da água no rio Paraíba do Sul através de cinco Plataformas de Coleta de Dados (PCDs), um sistema operado por satélites. Já estão instaladas, ainda em fase de testes, três PCD’s em locais cedidos pelas empresas Maxion, em Cruzeiro, Basf, em Guaratinguetá, e Kaiser, em Jacareí.
Serão coletados dados hidrometeorológicos sobre precipitação e nível do rio, para medidas de vazão, e alguns parâmetros de qualidade das águas, como pH, turbidez, condutividade e oxigênio dissolvido. Os dados das PCDs serão obtidos aproximadamente a cada 10 minutos e este monitoramento em tempo quase real irá permitir à CETESB fiscalizar de forma contínua o despejo de efluentes proibidos ou com qualidade fora dos padrões.
Também será possível emitir alertas de poluição das águas, para eventuais ações de contenção de danos ambientais. Para o INPE, o convênio representa uma oportunidade de avanço nos estudos e obtenção de dados relativos às mudanças ambientais causadas pela ocupação urbana e exploração dos solos.
“Com estas informações também poderemos elaborar modelos de funcionamento da bacia hidrográfica e assim traçar cenários futuros para, por exemplo, subsidiar planejamento de uso dos solos e dos recursos hídricos”, explica Maria Cristina Forti, pesquisadora do INPE.
O convênio foi assinado em São José dos Campos (SP) no dia 19 de março pelo presidente da CESTESB, Fernando Rei, e pela coordenadora do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE), Maria Assunção Faus da Silva Dias, na presença do diretor do INPE, Gilberto Câmara, pesquisadores do Instituto e técnicos da CETESB.
PCDs
As PCDs (Plataformas de Coleta de Dados) são estações automáticas que coletam, armazenam e transmitem informações de medidas de variáveis meteorológicas e ambientais (temperatura, pressão atmosférica, umidade, direção e velocidade do vento, precipitação, radiação solar, parâmetros de qualidade da água, composição atmosférica, entre outras). Os requisitos técnicos são recomendados pela Organização Meteorológica Mundial e existem diversas configurações, com diferentes tipos de sensores. A transmissão pode ser realizada via satélite, telefonia celular, rádio e internet, dependendo da necessidade e aplicação dos dados.
Autor: Inpe