O Centro Operacional da Região Metropolitana da Companhia de Gás de São Paulo (Comgás) volta a funcionar no chamado Complexo do Gasômetro, área de 24 mil metros quadrados, localizada no Brás. Tombada pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), o prédio funcionou como sede da empresa de 1890 a 1972, quando o gás de carvão começou a ser substituída por outras fontes de energia.
Com início em 2006 e inauguração prevista ainda para este mês, os investimentos foram na ordem de R$ 38 milhões. Todos os detalhes originais, da primeira sede da empresa foram preservados, de acordo à arquitetura da década de 30, como tijolos aparentes, esquadrias e janelas originais, paredes e muros pintados à cal, telhas, vidros especiais de origem belga. Também foram preservadas as estruturas metálicas de dois balões, onde o gás era armazenado. Em uma delas foi construído um centro social e na outra um espaço aberto para eventos.
Além disso, foram implantadas tecnologias que tornam o prédio um edifício auto-sustentável. Haverá reuso de água, geração de energia a gás, tratamento de esgoto e efluentes, coleta seletiva de lixo e uma entrada exclusiva para a estação de metrô.
Para se ter uma idéia, a energia utilizada será obtida através da cogeração, através de um gerador convertendo gás natural em energia elétrica, tendo como subproduto água gelada para a operação do sistema de ar condicionado. Apenas 20% dos recursos energéticos serão obtidos a partir da rede pública de energia elétrica.
A água pluviual também será captada e encaminhada para reservatórios subterrâneos (com capacidade para 300 mil litros de água). Todos os efluentes do complexo serão tratados biologicamente. Os resíduos sólidos ou líquidos serão coletados por uma central que se encarregará da classificação e do descarte. A sala onde o gás era comprimido abrigará uma exposição permanente, onde poderão ser agendadas visitas a partir de março.
No complexo funcionará a sala de controle da empresa (atualmente na Móoca) que monitora a distribuição de gás em toda a área de concessão da Comgás, em 66 municípios paulistas, medindo pressão, vazão e temperatura nos citi-gates para os grandes consumidores.
Autor: Viviane Nunes